Correio de Carajás

Prefeitura de Marabá impacta com campanha da covid-19

Com leitos cada vez mais lotados e à beira do caos (344 óbitos), além da falta de medicamentos para pacientes em UTIs, a Prefeitura de Marabá resolveu radicalizar e lançar uma campanha “educativa” bastante forte nas redes sociais nesta segunda-feira, dia 12 de abril.

Um vídeo, de um minuto, adverte sobre aglomerações, omissão em seguir os protocolos, não usar a máscara. “Não temos guerreiros suficientes para duas guerras”. Depois, não diga que não sabia”, adverte a mídia.

Em posts, a campanha alerta que “sem usar máscara, sem distanciamento, sem cuidados, sentimos muito, mas você vai parar na UTI. Só não diga que não sabia”.

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Em outro, falando sobre o desgaste dos profissionais de saúde, a peça publicitária é mais contundente ainda: “Quem não se cuida será cuidado por quem está no limite das forças para salvar sua vida. Só não diga que não sabia”.

Com a imagem de dois homens segurando um caixão, outro post afirma: “Se você fica perto de todo mundo, no fim, ninguém vai ficar perto de você. Só não diga que não avisei”.

Procurado, o secretário de Comunicação de Marabá, Alessando Viana, informou que a campanha seguirá durante toda esta semana, com uma postagem nova por dia.

VACINAÇÃO

Em reportagem, Mônica Borchart, coordenadora da Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá (SMS) ressalta que as pessoas precisam se conscientizar que só a primeira dose não garante a imunização, sendo necessária maior atenção com os prazos de vacinação.

“É preciso que a carteira de vacinação do idoso seja monitorada pois o prazo para a segunda dose da Coronavac é de 21 a 28 dias, enquanto a Astrazeneca é de 12 semanas. E nós da Secretaria de Saúde trabalhamos com esses prazos, já que as datas são marcadas na carteira de vacinação”, afirma a coordenadora, ressaltando que apesar disso, mesmo que a pessoa ultrapasse esse prazo ainda é possível ser vacinada.

Ainda não há estudos que apontem o nível de imunização após a primeira dose, por isso a garantia de eficácia só acontece após a aplicação da segunda dose. “O risco é não se imunizar”, complementa a diretora.

Entre as principais dúvidas que podem levar uma pessoa a não querer tomar a segunda dose da vacina estão a sensação de já estar imunizado, os efeitos colaterais e a eficácia dos imunizantes. “Muitas pessoas podem se acomodar e achar que a primeira dose da vacina já imuniza contra o coronavírus. Isso é um engano”, reitera.

Em relação à eficácia das vacinas, segundo estudo publicado recentemente pelo Instituto Butantan, novos testes apontaram eficácia mínima em casos sintomáticos da Covid-19 é de 50,7% podendo atingir entre 83% e 100% entre os casos que requerem assistência médica. Já a vacina Oxford/Astrazeneca tem eficácia de 79%. A vacina da Influenza (gripe), por exemplo, que compõe o Plano Nacional de Imunização, tem eficácia entre 60% e 70%.

“Nenhuma vacina é 100% eficaz.  Mas a eficácia das vacinas atuais desenvolvidas para combater a Covid-19 garante uma boa cobertura de imunização e influencia diretamente na diminuição do número de casos e internações”, afirma a médica intensivista Tatiana Carvalho do Hospital Municipal de Marabá. (Ulisses Pompeu – com Ascom PMM)