Correio de Carajás

Preço do combustível: Empresários dizem que baixa não chegou a eles

Donos de postos de combustíveis em Marabá têm se reunido para reagir a alguns questionamentos expressos em redes sociais de que não estariam repassando para o consumidor a diminuição no preço do combustível no compasso nos anúncios de baixa feitos pelo governo. Ocorre que os empresários do setor asseguram que, se houve baixa no preço, essa diminuição não chegou para eles. Por isso, eles estão acionando o Departamento Jurídico do Sindicombustível. Na verdade, os empreendedores afirmam que gostariam que as distribuidoras repassassem para eles o desconto no valor do combustível, porque eles poderiam repassar para os consumidores.

O assunto foi discutido esta semana durante reunião com empresários do setor, na sede da Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM). De acordo com Rogério Lustosa, da Câmara Setorial de Combustíveis da ACIM, os donos de postos não receberam desconto algum. “Se algum posto baixou, ou se tem diferença de um pro outro é porque o custo é menor ou por algum outro motivo que fez como que o empresário pudesse diminuir aquele preço”, explica.

Proprietários de postos de combustíveis de Marabá explicam por que não podem baixar preço na bomba / Foto: Evangelista Rocha

Durante a reunião dos proprietários de postos de combustíveis, um dos empresários do setor, Albertinho Santis, explicou que esse tipo de situação é desconfortável para um grupo de empreendedores que trabalha cumprindo rigorosamente suas obrigações e sempre debaixo de severa fiscalização. “Não existe empreendimento mais fiscalizado do que posto de combustível”, reafirma.

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Como exemplo, ele cita o fato de que até mesmo o uniforme dos frentistas precisa ser lavado em uma lavanderia própria dentro da empresa. Soma-se a isso, os investimentos feitos em máscaras, luvas e uma série de equipamentos que estão sempre fiscalizados. “Mas o empresário é sempre o vilão da história”, desabafa.

Albertinho chama atenção para o fato de que o Brasil é um País que permite a livre concorrência, de modo que existem preços distintos de um posto para outro (até de 50 centavos por litro), de modo que o cliente tem o direito de escolher onde vai comprar. Às vezes a diferença do preço está alicerçada na localização do empreendimento, nos custos de manutenção e em outros fatores.

Albertinho Santis: “O empresário é sempre o vilão da história”

ICMS

Ao explicar quais os tributos embutidos no preço do combustível (veja no gráfico), Rogério Lustosa disse que o setor manteve conversa com o governo Helder Barbalho, ainda no período de campanha, para solicitar que seja equiparado o ICMS do Pará com os Estados do Maranhão e do Tocantins, que fazem fronteira com o Pará e cuja alíquota é do CIMS bem menor, o que torna o preço da gasolina dos Estados vizinhos mais competitiva.

Segundo Rogério Lustosa, existe uma evasão muito grande de donos de postos de combustíveis comprando o produto lá – não se sabe de que forma – e trazendo para esta região com uma diferença muito grande de preço. “Se resolver isso aí já é uma ajuda muito grande, principalmente na nossa região, porque nosso preço fica mais competitivo e aí já é passado para o consumidor”, afirma.

SAIBA MAIS

Até o final do ano passado, Marabá contava com 46 postos de combustível, sendo 22 na Nova Marabá, 15 na Cidade Nova, cinco em São Félix/Morada Nova, dois na Marabá Pioneira e dois no Distrito Industrial.

(Chagas Filho)