Correio de Carajás

Professor do IFPA: Justiça concede liberdade a Thaís

Presa no dia 14 deste mês, suspeita de participar, junto com o namorado, Felipe Freire Sampaio Gouveia, do assassinato do professor Ederson Costa dos Santos, no dia 4, Thaís Santos Rodrigues já está em liberdade. Ela ficou apenas 10 dias na cadeia e agora poderá responder ao processo fora dos muros da prisão, desde que obedeça algumas medidas cautelares na liberdade provisória.

Filmado atirando duas vezes na cabeça do professor, o policial militar Felipe Gouveia continua preso no Centro de Recuperação Anastácio das Neves (Crecan), em Santa Izabel, zona metropolitana de Belém. Mas seu advogado Arnaldo Ramos também pediu habeas corpus. Por telefone, ele disse acreditar que a situação jurídica do seu cliente é a mesma de Thaís, por isso, para o advogado, Felipe pode receber o mesmo benefício.

Conforme já vem sendo divulgado, o professor Ederson foi assassinado por Felipe após uma discussão por causa de uma batida de trânsito – envolvendo o carro da vítima e o automóvel de Thaís, no qual estavam ela e Felipe. O episódio ocorreu no início da Avenida Tocantins, em frente ao SESI, na cidade Nova.

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Durante seu depoimento, a acusada confessou que insistiu para que o professor pagasse a conta do prejuízo por entender que ele deu causa à batida. Mas há um fato que ainda não havia sido divulgado pela mídia no depoimento dela.

Acompanhada dos advogados Manoel de Oliveira e Leonardo Queiroz, Thaís disse, em depoimento, que em determinado momento da discussão, Felipe pediu que ela fosse até o carro pegar uma caneta, instante em que ouviu um sussurro do professor, mas ela não alega que sabe dizer o que a vítima teria sussurrado, e logo em seguida ocorreram os disparos.

A acusada afirmou também que no momento dos tiros ela estava de costas para Felipe e o professor Ederson. “Declarou que o motivo de Felipe ter matado a vítima foi por causa do sussurro proferido por esta, bem como por sua postura de deboche acerca do ocorrido com o carro”, diz trecho da decisão.

Também pesa a favor de Thaís o fato de que ela tem residência fixa, não está coagindo testemunhas e se apresentou voluntariamente seis dias depois de ter a prisão temporária decretada, enquanto Felipe recebeu voz de prisão na sede do 3º Batalhão de Polícia Militar, em Imperatriz (MA), onde ele trabalhava normalmente como se nada tivesse acontecido.

Professor Ederson Santos foi assassinado friamente com dois tiros no rosto/ Foto: reprodução

“Assim, considerando a sua apresentação voluntária e por ter contado a sua versão dos fatos, ocasião em que afirmou que foi Felipe quem praticou a conduta de atirar na vítima, corroborando o que foi registrado pela filmagem da câmera externa, não vislumbro periculosidade na requerente Thaís a exigir seu encarceramento temporário”, declara o juiz na decisão.

No fim das contas, só quem está preso para sempre é a vítima, Ederson Costa dos Santos, jovem professor do IFPA, que tinha apenas 29 anos, morto covardemente por causa de uma discussão banal de trânsito.

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De acordo com a decisão interlocutória, assinada pelo juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, Thaís terá de comparecer a todos os atos processuais a que for intimada; informar dentro de três dias onde poderá ser encontrada para receber intimação; não mudar de domicílio sem informar o novo endereço à Justiça; comparecer mensalmente, até o dia 10 de cada mês, na Secretaria da 3ª Vara Criminal de Marabá; não praticar condutas ilícitas; e ficar em casa no período de 22h até às 6h da manhã do dia seguinte, inclusive em finais de semana e feriados.

(Chagas Filho)