Correio de Carajás

Polícia mantém silêncio sobre cadáveres no rio

Mistério já dura uma semana e o que chegou à Imprensa até o momento é apenas a identificação das vítimas e a suposição de que as mortes estão relacionadas

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil tem mantido sigilo total sobre o caso dos dois assassinatos ocorridos na semana passada, em Marabá, cujas vítimas foram encontradas no boiando no Rio Tocantins, na Folha 6 (Nova Marabá). O que se sabe por enquanto é apenas que o casal está devidamente identificado e o Departamento de Homicídios tomou os primeiros depoimentos de pessoas ligadas às vítimas. Por outro lado, segundo uma fonte ouvida pela reportagem, há duas linhas de investigação: tráfico de drogas e crime passional.

Conforme já foi divulgado amplamente por este CORREIO, o primeiro a ser identificado foi Marcelo Silva Lopes, de 25 anos, cujo corpo foi achado no último dia 8 (exatamente há uma semana). O pai dele fez o reconhecimento e a remoção do cadáver no Instituto Médico Legal (IML), de Marabá, mas nossa equipe não teve acesso à família de Marcelo para perguntar quais as informações que eles têm a respeito da morte cruel do rapaz, que foi executado a golpes de faca, inclusive com um profundo corte no pescoço.

Marcelo Silva Lopes foi o primeiro cadáver que apareceu boiando no rio Tocantins

 

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O outro corpo identificado é de e Naiury Pereira de Araújo, de 19 anos. O caso dela gerou mais repercussão, porque na manhã de sábado (10) a cabeça de Naiury foi achada boiando também na Folha 6, com um pano enfiado na boca. Horas mais tarde o corpo de uma mulher foi localizado, rio abaixo, entre a Prainha e a Praia do Macaco, em Itupiranga.

Ela tinha apenas 19 anos de idade e estava desaparecida desde o dia 4 deste mês

Inclusive os pais dela, Lauricilene Pereira e Clei Araújo, que vieram de Tucuruí, tiveram certa dificuldade para levar os restos mortais da filha, porque inicialmente o IML definiu que só liberaria os restos mortais após resultado de exame de DNA para confirmar oficialmente que o corpo achado em Itupiranga era mesmo de Naiury. Mas, como os pais dela reconheceram o corpo, devido a características específicas e até pela roupa, o médico legista liberou os restos mortais para velório e sepultamento, no final da tarde de terça-feira (13).

Pais de Naiury passaram dois dias em Marabá à espera da liberação do corpo dela/ Foto: Evangelista Rocha

Nossa equipe de reportagem conversou com os pais da vítima para saber se eles tinham alguma informação sobre a motivação ou mesmo a autoria do crime, mas naquele momento eles disseram que o único interesse era mesmo de resgatar os restos mortais da jovem para lhe dar um enterro digno.

(Chagas Filho)