Os três policiais militares presos na manhã de ontem, quarta-feira (11), foram autuados em flagrante, que foi mantido pelo juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, durante audiência de custódia. Os PMs são acusados de dar fuga a três integrantes do bando que assaltou a agência do Banpará em Bom Jesus do Tocantins na madrugada de terça-feira (10), destruindo parcialmente o prédio da instituição financeira e causando terror na população.
Os policiais acusados – que estão presos – são os sargentos Valdenilson Rodrigues da Silva e Giomar Sampaio de Oliveira e o cabo Moisés Lourenço Pereira, todos lotados no Posto Policial Destacado (PPD), de Nova Ipixuna.
Já os acusados de integrar a quadrilha de assaltantes de banco foram identificados como Marco Antonio Freitas de Souza, Marcos Roberto de Morais Araújo e Pedro Henrique de Carvalho Oliveira.
Leia mais:A prisão dos seis foi feita por policiais civis da Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos (DRRB) vinculada à DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado), do GPE (Grupo de Pronto-Emprego), do NAI (Núcleo de Apoio à Investigação) de Marabá e da Superintendência da Região do Carajás, contando também com apoio de militares do Grupo Tático Operacional (GTO) e da Companhia de Operações Especiais (COE) de Marabá.
Segundo o Boletim de Ocorrência Policial (BOP), os acusados foram localizados na vicinal que dá acesso à localidade conhecida como “Km 60”, perto da Vila Brasileira. Os homens da lei tinham informações de que três elementos foram vistos durante a madrugada em atitude suspeita naquela localidade. Dois quilômetros depois de entrarem na vicinal, os policiais se depararam com a viatura da PM. Mas não era o que parecia.
Ainda de acordo com as informações oficiais, ao ver a viatura do PPD de Nova Ipixuna conduzindo justamente três pessoas, eles deram sinal para que os colegas de farda parassem para explicar que tipo de ocorrência estava se desenrolando ali. No entanto o condutor do veículo não atendeu e tentou passar por eles, mas foi fechado por outra viatura.
Sem sair do carro oficial, o PM que estava ao volante alegou que os três homens que estavam com eles no carro seriam conhecidos a quem estavam dando uma carona. Mas a versão soou estranha e os policias do GPE se aproximaram da viatura. Foi aí que o policial arrancou novamente, mas uma terceira viatura o impediu de se evadir.
Diante disso, o clima esquentou de vez e os policiais mandaram os colegas de farda descerem e seguir para trás da viatura. Nessa hora, segundo BOP, “o cabo Lourenço atirou ao mato um celular, posteriormente recuperado pela equipe, sendo que na mesma ocasião o sargento Rodrigues tentou fugir”. Mas todos receberam voz de prisão e foram apresentados na sede da Superintendência Regional de Polícia Civil, em Marabá. (Chagas Filho com informações de Evangelista Rocha)
Associação acredita que policiais são inocentes
Ao serem apresentados na sede da Superintendência Regional de Polícia Civil, os policiais receberam o devido apoio da Associação dos Cabos e Soldados de Marabá, na pessoa do presidente cabo J. Moraes, que levou consigo o advogado Genésio Queiroga Neto. Quem também esteve lá foi o vereador cabo Rodrigo.
Ainda na porta da superintendência, o cabo J. Moraes conversou com a Imprensa e reafirmou sua confiança nos policiais acusados. “Conhecendo a conduta de todos eles, tenho plena convicção que os mesmos são inocentes”, afirmou.
Mais tarde, ele publicou nas redes sociais uma nota, em nome da associação, reiterando a convicção na inocência dos “associados” e informando que conjuntamente com a assessoria jurídica tomaria todas as medidas cabíveis no Direito Brasileiro para reestabelecer a liberdade dos colegas de farda.
Também ouvido pelo jornal, o advogado Genésio Queiroga Neto falou pouco sobre o caso. Disse apenas que os policiais acusados não cometeram delito algum e que isso ficaria provado já na audiência de custódia (o que não aconteceu) ou mesmo durante a instrução criminal.
Saiba mais
Na noite de ontem, ainda durante as buscas ao restante do bando de assaltantes, policiais encontraram farto material utilizado pelos criminosos. Além de dois fuzis, muita munição, roubas camufladas, capuzes, foram achados ainda seis rádios-comunicadores.