Correio de Carajás

PM que matou professor está nas mãos do tribunal

O policial militar recorreu da pronúncia e em breve os desembargadores do TJPA decidirão. O caso da namorada dele também está sob análise de recursos

O policial militar Felipe Freire Sampaio Goveia, preso há exatos 3 anos e 3 dias (9 de agosto de 2018), pelo assassinato do professor Ederson Costa dos Santos, terá seu caso decidido pelos desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), que vão julgar recurso impetrado pela defesa dele. Felipe foi pronunciado (mandado a júri popular), mas recorreu e o caso agora está nas mãos dos desembargadores. Porém não existe prazo para isso.

O professor foi assassinado na madrugada do dia 4 de agosto daquele ano, aqui em Marabá, em frente ao Sesi (Núcleo Cidade Nova), durante uma discussão de trânsito. e para azar do criminoso, toda a ação foi filmada por câmeras de videomonitoramento de uma empresa localizada perto de onde tudo aconteceu.

Professor Ederson tinha um futuro promissor, interrompido pela violência/ Foto: Divulgação

Enquanto aguarda a decisão dos desembargadores, sobre o recurso que seus advogados impetraram, Felipe segue preso, mas como passou em um vestibular, ele conseguiu o direito de estudar durante o dia e passa as noites em uma unidade prisional.

Leia mais:

Embora o crime tenha ocorrido em Marabá, Felipe era lotada na Polícia Militar do Estado do Maranhão, na cidade de Imperatriz, e foi no local de trabalho que ele recebeu voz de prisão do então delegado do Departamento de Homicídios, Ivan Pinto, cinco dias depois do crime.

Delegado Ivan e sua equipe solucionaram o crime em menos de uma semana/ Foto: Evangelista Rocha

A namorada do acusado

Além da vítima e do acusado, há uma terceira pessoa envolvida no crime. Trata-se de Thaís Santos Rodrigues, namorada do policial militar. Ele estava no momento em que o PM atirou e matou o professor. Acontece, porém, que Thaís foi impronunciada pela Justiça, ou seja, não deve ser julgada, mas apenas ouvida como testemunha.

Thaís foi impronunciada, mas ainda não escapou do Tribunal do Júri/ Foto: Evangelista Rocha

É justamente aí que o caso de Thaís chama atenção, pois ela foi impronunciada, mas não foi absolvida e pode ser julgada ainda pelo roubo de objetos pessoais do professor (como celular e relógio, que nunca foram encontrados). Diante disso, Taís recorreu da sua impronúncia, porque ela quer é ser absolvida de tudo.

Mas o Ministério Público e o advogado Ricardo Moura (que atua no caso como assistente da acusação para a família do professor assassinado) também recorreram, porque entendem que Thaís precisa ser levada a júri popular, assim como Felipe Goveia. Enquanto isso, Thaís está solta e tocando a vida, aqui mesmo em Marabá.

(Chagas Filho)