Correio de Carajás

PM que matou professor do IFPA em Marabá vai a júri no dia 1º

Policial matou a tiros o professor durante uma discussão devido a um incidente de trânsito em Marabá. O crime foi registrado por câmera de segurança.

Preso desde a época do crime, o policial Felipe Gouveia finalmente sentará no banco dos réus

Está agendado para a quinta-feira da semana que vem (dia 1º de fevereiro) o julgamento do policial militar do Maranhão, Felipe Freire Sampaio Gouveia, acusado de assassinar a tiros o professor Ederson Costa Santos. A vítima trabalhava no Campus Industrial do Instituto Federal do Pará (IFPA), em Marabá. O crime aconteceu no Núcleo Cidade Nova, na madrugada do dia 4 de agosto de 2018, durante uma discussão de trânsito.

Professor Ederson Costa Santos estava desarmado e não teve chance de defesa

O julgamento do PM, que era lotado em Imperatriz (MA), vai acontecer no salão do júri do Fórum de Justiça de Marabá.

Com a remoção da juíza Renata Guerreiro para a Comarca de Paragominas, quem está respondendo pela 1ª Vara Criminal em Marabá, e que deverá presidir o Tribunal do Júri na ocasião, é o juiz substituto Wanderson Ferreira Dias.

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Hediondo

Para o advogado Ricardo Moura, que atua no processo como assistente de acusação, em favor da família da vítima, as provas cotejadas aos autos atestam que o crime foi praticado com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e por motivo fútil, qualificando assim o crime de homicídio e o transformando em crime hediondo. “A sociedade de Marabá clama por justiça desde 2018”, assevera o experiente criminalista.

Advogado Ricardo Moura: “A sociedade de Marabá clama por justiça desde 2018”

De fato, já se passaram praticamente cinco anos e meio desde que o crime aconteceu.

O policial foi preso cinco dias depois do assassinato pela equipe chefiada pelo delegado Ivan Pinto da Silva, que deu voz prisão ao PM no quartel do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM), em Imperatriz.

O crime

O assassinato chamou mais a atenção da opinião pública por ter sido filmado por uma câmera de segurança. As imagens mostraram Felipe e Ederson conversando depois de uma batida de trânsito entre o carro dirigido pelo acusado e o automóvel guiado pela vítima, na Avenida Tocantins, Novo Horizonte (Cidade Nova).

Em dado momento, Felipe se certifica de que ninguém está passando pela rua e atira duas vezes, a queima roupa, no rosto do professor. Logo após os disparos, o policial mete a mão nos bolsas da calça de Ederson e leva celular, carteira e relógio.

Não bastassem as imagens, o assassinato foi testemunhado por duas moças que estavam com Ederson e ficaram dentro do carro dele o tempo todo, presenciando o homicídio.

Namorada está livre

No momento do crime, a namorada de Felipe, Thais Santos Rodrigues, estava presente e chegou também a discutir com o professor. Thais chegou a ser presa, mas depois foi colocada em liberdade, porque a Justiça entendeu que ela não teve participação no crime. Inclusive, a “impronúncia” dela foi confirmada após o Poder Judiciário analisar recurso do Ministério Público. Portanto, ela não será julgada.

(Chagas Filho)