Correio de Carajás

PF faz operação contra servidores e empresários que teriam desviado R$ 23 milhões da UFRA

A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (27) a operação Saldo Zero, para desarticular uma associação criminosa que estaria atuando na Fundação de Apoio à Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias (FUNPEA) e desviando recursos públicos federais da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Estão sendo cumpridos 18 mandados, sendo 11 buscas e apreensões e 7 prisões temporárias.

Participam da operação 50 policiais federais, além dos servidores da Controladoria Geral da União (CGU) e do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), envolvidos na apuração das fraudes. Segundo a Polícia Federal, o prejuízo estimado é da ordem de R$ 23 milhões.

As investigações iniciaram há aproximadamente um ano, quando os órgãos envolvidos iniciaram a apuração de irregularidades na prestação de contas da FUNPEA. Segundo a PF, há indícios de crimes e de envolvimento de servidores da UFRA cedidos à FUNPEA, além de representantes de empresas que participavam de processos licitatórios.

Leia mais:

Os desvios de recursos federais eram feitos de cinco formas: por fraude em licitações no direcionamento para empresas ligadas aos pregoeiros da fundação; por pagamentos aos servidores da UFRA, dirigentes da FUNPEA e outros, sem a devida comprovação documental da finalidade da despesa; por pagamentos sem a identificação do favorecido e sem o devido suporte documental da despesa ou documentação duvidosa; por apresentação de informações inidôneas sobre os saldos das contas correntes vinculadas aos contratos firmados com a UFRA e também por pagamentos favorecendo empresas vinculadas a um ex-empregado da fundação.

Os suspeitos devem responder pelo crime de associação criminosa, com pena de um a três anos de reclusão, e peculato, que é a apropriação de bem móvel ou dinheiro público, com pena de dois a doze anos de reclusão mais multa.