O Km 42 da Rodovia Transamazônica (BR-230), entre Marabá e Itupiranga, permaneceu ocupado por pescadores até o fim da tarde desta quarta-feira (8). Os manifestantes exigiam a presença de representante do Instituto Nacional do Seguro Social durante o ato, para negociar uma saída à suspensão do seguro defeso. Embora o trânsito de carros pela via tenha sido liberado às 11h, 15h e 19 horas, os integrantes do movimento prometeram que nesta quinta-feira (9) a rodovia voltará a ser bloqueada. E que a liberação só vai acontecer mediante a acordo com enviado do INSS. A ocupação foi liderada por pescadores das Colônias Z-44 (Itupiranga) e Z-58 (Nova Ipixuna). Foram utilizados barracas e pneus velhos na estrada, para impedir a travessia de carros.
“A gente está aqui nesta manifestação, porque tem companheiro nosso que tem quatro, cinco, seis anos, que nunca recebeu o seguro-defeso. Muitos pescadores estão com a carteira suspensa ou cancelada”, denunciou o ribeirinho José Amilton Pinheiro de Sousa. Ele disse também que a interdição da pista foi necessária, porque no ano passado o movimento feito pela classe em frente a regional do INSS em Marabá, não surtiu o efeito esperado.
Segundo José Amilton, na ocasião, um representante do órgão teria garantido que a situação dos atrasos e suspensões no seguro defeso seria resolvida, mas que isso não ocorreu de fato. Para Raimundo Lopes da Silva, que há mais de 30 anos vive apenas da pesca, o ato é legítimo.
Leia mais:Ele disse que, no momento, tem conseguido “se virar” apenas com os peixes colhidos antes do início da Piracema, mas que quando eles acabarem, não sabe o que irá fazer para sobreviver. “Nós estamos correndo atrás dos nossos direitos”, afirmou.
Quem não gostou muito da interdição na BR-230 foi Edinelson de Sousa Maia. Ele que estava indo de Marabá para Itupiranga, achou errada a interdição da pista. “Isso aí é uma injustiça, porque a gente não tem nada a ver com o problema deles. E estamos sendo prejudicados”. Para ele, o ato tinha que acontecer na porta do INSS.
Já Raimundo Diniz, que saiu de Brasília em direção a Anapu, entendeu o motivo do protesto. Porém, não negou sua insatisfação. “Eles têm todo o direto de reivindicar o benefício, só que pega a gente despreparado. A gente se sente constrangido, porque estamos com criança dentro do carro. Mas fazer o que né?”.
Marabá
Em Marabá, a situação dos pescadores não é muito diferente, como afirma o próprio tesoureiro da colônia Z-30, Benedito Nazaré Veloso. “A gente esta dando entrada no seguro-defeso dos pescadores, mas já estamos tendo má notícia. Porque estamos sabendo que o benefício vai ficar suspenso por 60 dias”, confirmou, dizendo ainda que 30% dos pescadores do município não receberam nem o benefício do ano passado. Segundo ele, a Piracema é um período importante e de preservação, mas é preciso também que os pescadores tenham uma fonte de renda para sobreviver.
Suspensão
O seguro defeso foi suspenso em todo o Pará pela Justiça Federal, após a prisão da ex-superintendente federal de pesca no Estado, Soane Castro de Moura, e de sua ex-chefe de gabinete, Thicyana Ricka de Sousa Nunes. Elas são acusadas de desviar R$ 64 milhões do pagamento do seguro defeso. A suspensão, conforme a Justiça, está de pé até que uma auditoria seja realizada pelo Ministério da Transparência, fiscalização e Controladoria-Geral da União. (Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)
O Km 42 da Rodovia Transamazônica (BR-230), entre Marabá e Itupiranga, permaneceu ocupado por pescadores até o fim da tarde desta quarta-feira (8). Os manifestantes exigiam a presença de representante do Instituto Nacional do Seguro Social durante o ato, para negociar uma saída à suspensão do seguro defeso. Embora o trânsito de carros pela via tenha sido liberado às 11h, 15h e 19 horas, os integrantes do movimento prometeram que nesta quinta-feira (9) a rodovia voltará a ser bloqueada. E que a liberação só vai acontecer mediante a acordo com enviado do INSS. A ocupação foi liderada por pescadores das Colônias Z-44 (Itupiranga) e Z-58 (Nova Ipixuna). Foram utilizados barracas e pneus velhos na estrada, para impedir a travessia de carros.
“A gente está aqui nesta manifestação, porque tem companheiro nosso que tem quatro, cinco, seis anos, que nunca recebeu o seguro-defeso. Muitos pescadores estão com a carteira suspensa ou cancelada”, denunciou o ribeirinho José Amilton Pinheiro de Sousa. Ele disse também que a interdição da pista foi necessária, porque no ano passado o movimento feito pela classe em frente a regional do INSS em Marabá, não surtiu o efeito esperado.
Segundo José Amilton, na ocasião, um representante do órgão teria garantido que a situação dos atrasos e suspensões no seguro defeso seria resolvida, mas que isso não ocorreu de fato. Para Raimundo Lopes da Silva, que há mais de 30 anos vive apenas da pesca, o ato é legítimo.
Ele disse que, no momento, tem conseguido “se virar” apenas com os peixes colhidos antes do início da Piracema, mas que quando eles acabarem, não sabe o que irá fazer para sobreviver. “Nós estamos correndo atrás dos nossos direitos”, afirmou.
Quem não gostou muito da interdição na BR-230 foi Edinelson de Sousa Maia. Ele que estava indo de Marabá para Itupiranga, achou errada a interdição da pista. “Isso aí é uma injustiça, porque a gente não tem nada a ver com o problema deles. E estamos sendo prejudicados”. Para ele, o ato tinha que acontecer na porta do INSS.
Já Raimundo Diniz, que saiu de Brasília em direção a Anapu, entendeu o motivo do protesto. Porém, não negou sua insatisfação. “Eles têm todo o direto de reivindicar o benefício, só que pega a gente despreparado. A gente se sente constrangido, porque estamos com criança dentro do carro. Mas fazer o que né?”.
Marabá
Em Marabá, a situação dos pescadores não é muito diferente, como afirma o próprio tesoureiro da colônia Z-30, Benedito Nazaré Veloso. “A gente esta dando entrada no seguro-defeso dos pescadores, mas já estamos tendo má notícia. Porque estamos sabendo que o benefício vai ficar suspenso por 60 dias”, confirmou, dizendo ainda que 30% dos pescadores do município não receberam nem o benefício do ano passado. Segundo ele, a Piracema é um período importante e de preservação, mas é preciso também que os pescadores tenham uma fonte de renda para sobreviver.
Suspensão
O seguro defeso foi suspenso em todo o Pará pela Justiça Federal, após a prisão da ex-superintendente federal de pesca no Estado, Soane Castro de Moura, e de sua ex-chefe de gabinete, Thicyana Ricka de Sousa Nunes. Elas são acusadas de desviar R$ 64 milhões do pagamento do seguro defeso. A suspensão, conforme a Justiça, está de pé até que uma auditoria seja realizada pelo Ministério da Transparência, fiscalização e Controladoria-Geral da União. (Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)