Pescadores da região se reuniram, na manhã desta quarta-feira (10), na Colônia Z-30, localizada no Núcleo Marabá Pioneira, em Marabá, com o superintendente federal de Agricultura no Pará, Rildo Pessoa, e apresentaram as demandas referentes à classe no sudeste do Pará, solicitando, entre outras coisas, a abertura de um novo posto de atendimento da Secretaria de Aquicultura e Pesca, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no município.
Um dos pontos mais destacados pelos pescadores na reunião foi a dificuldade de comunicação e assistencialismo por parte do ministério. O presidente da Colônia dos Pescadores Z-30 em Marabá, Edvaldo Ribeiro, que teve a iniciativa de marcar a reunião, afirma que sem esse posto de atendimento os pescadores ficam desamparados e é difícil acompanhar os processos e benefícios aos quais têm direito, como o Seguro Defeso, que é pago ao pescador artesanal, no valor de um salário mínimo mensal durante o período de piracema, quando a atividade é proibida para a preservação das espécies.
Em relação a isso, conforme Derimar Ferreira, presidente da Colônia dos Pescadores da Z-44, de Itupiranga, diz ser um ponto necessário de ser resolvido na região, a fim de evitar os costumeiros atrasos nos pagamentos. “A secretaria tinha que vir trabalhar o Seguro Defeso para que possamos receber sem precisarmos estar no rio e, a partir da primeira semana de dezembro, já termos 75% e já no sistema”.
Leia mais:Os representantes da classe dos pescadores que estavam presentes na reunião destacaram as dificuldades em terem as demandas atendidas, uma vez que muitos dos processos requerem a presença do pescador em Belém, a mais de 500 quilômetros de Marabá, como destaca o presidente da colônia dos pescadores Z-45 de São João do Araguaia, João da Cruz Bezerra Santos. “A gente tem muita demanda de processos suspensos e cancelados que a gente tem dificuldade de ir até Belém solucionar”.
O presidente do Sindicato dos Pequenos e Médios Armadores de Pesca do Pará e Amapá (SINDIPAN), Lázaro Pereira, relata que o setor da piscicultura na região norte é um dos mais abandonados, o que traz diversos transtornos para a classe. “Vamos reivindicar o direito de ter uma superintendência mais perto de nós, pois Belém é muito longe daqui e quando chegamos lá sempre tem outras pessoas na nossa frente”, acrescentando que muitas das vezes que foi até o local sequer conseguiu ser atendido e ainda precisou custear a estadia na capital.
Lazaro também citou o caso dos pescadores que foram afetados economicamente com a Doença de Halff, também conhecida como Urina Preta, que estava infectando o pescado em alguns municípios. “Vamos cobrar também um acesso melhor para os nossos pescadores, muitos passaram dificuldades com a urina preta, temos que cobrar as cestas básicas prometidas a eles’’.
Questionado qual foi a solução imposta para os pescadores que foram atingidos pela doença, ele explicou que parte foi cobrada do INSS e parte está sendo custeado pelo Seguro Defesa, faltando do secretário a mobilização pelas cestas básicas que muitos receberam no estado, mas não na região sudeste.
O superintendente de agricultura, Rildo Pessoa, explicou um pouco sobre as soluções que o governo federal quer implementar para, assim, solucionar os problemas dos pescadores. “A nossa vinda aqui é para trazer informação e alguns esclarecimentos para que a gente possa transformar em políticas públicas em favor dos deles”.
Quando questionado na implementação de um posto de atendimento do ministério, afirmou que o governo federal está interessado em processamento de documentos e será explicado aos pescadores outras maneiras de enviar a documentação sem a necessidade de se deslocar até Belém.
Sobre a doença da urina preta, afirmou que o governo estar atento. “Já foi criada uma assistência e nós temos que olhar daqui para frente em como fortalecer a cadeia produtiva”
Também participou da reunião o coordenador da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP), Fabio Henrique de Oliveira, que relatou haver dificuldade na implantação de postos junto às colônias.
Contudo, diz que a ideia do governo do Estado Pará é ampliar os poderes das regionais. “Essa demanda acaba entrando nos planos e provavelmente sendo atendida e assim facilitando a vida de todos. Até lá, uma das soluções é que a cada 15 dias ou um mês, venha um servidor de Belém para atender todos, não só de Marabá, mas na região sudeste”.
(Henrique Garcia)