Entre 1995 e 1996 (não me lembro bem), eu jogava no extinto Fiorentina, da Folha 28. Um certo dia, fomos jogar contra o time da Folha 23, no Piçarrão (naquele tempo era piçarra mesmo!). O treinador do time me disse: “Tu vai marcar o “Pedim” (Pedrinho)”. Fiquei preocupado, porque eu, jovem que era, já conhecia a fama daquele boleiro veterano, habilidoso, rápido, marrento e goleador. Nem me lembro quanto foi o jogo, mas me lembro que ele deu trabalho.
Os anos passaram e eu sempre via o “Pedim” na Rodoviária da Folha 32, onde ele trabalhava. Fiquei veterano também e uns seis anos atrás tive a honra de voltar a jogar com ele no Grupo União e em outras peladas da velha guarda.
A idade já não lhe permitia dar os mesmos dribles de antes, mas quando ele pegava na bola, ficava nítido para qualquer um que “Pedim” era um boleiro, sabia tudo com a bola nos pés. Mas essa nem era sua maior virtude no futebol. Sua maior virtude era o companheirismo, a parceria com que se dedicava aos amigos, estando sempre disposto a ajudar, a fazer o que estivesse ao seu alcance.
Leia mais:Mesmo nos últimos tempos em que ele estava adoentado, permanecia ali na beira do campo, organizando a pelada, participando, contribuindo, fazendo sua parte.
Nesta quarta-feira, recebemos a notícia de seu falecimento. Perdemos um craque dentro e fora de campo. Mas as lembranças ficarão, as histórias de quando ele jogava no extinto Cometa, as brincadeiras, as resenhas… Esse é o legado que ele deixa: não basta jogar futebol com os amigos, é preciso ser amigo dos amigos.
E isso ele foi!
(Chagas Filho)
Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.