Mais ou menos uns 10 anos atrás, estava eu na Redação do extinto Jornal Opinião, discutindo com os colegas de trabalho sobre futebol. Até que em determinado momento, um colega que quase não acompanhava os jogos, fez a seguinte pergunta: “Por que é que na hora do tiro de meta, todo mundo corre para o meio campo e o goleiro dá um chutão pra frente? Não era melhor sair tocando?”
Rapidamente um outro colega respondeu: “É melhor do que perder a bola na entrada da área e levar um gol”.
Enquanto isso, eu meditava sobre a pergunta, refletia como se quisesse encontrar a “quadratura do círculo” (só pra citar João Ubaldo Ribeiro), até que respondi: “Medo”.
Leia mais:Na real, é isso que acontece, os times de futebol em geral – e no Brasil principalmente – têm medo de sair jogando. É melhor dar um chutão e brigar pela segunda bola lá no meio de campo. Os times de Fernando Diniz não têm medo. Não estou nem falando do Fluminense, que tem vários bons jogadores. Basta lembrar do modesto Audax-SP.
Então, pelo bem do futebol, torço para que o Fluminense seja campeão da Libertadores. Para que esse tipo de jogo, corajoso e bonito de se ver, seja também vitorioso. Para que não paire sobre Diniz a mesma crítica injusta que se faz, por exemplo, à Seleção Brasileira de 1982, criticada até hoje porque “perdeu a Copa”.
Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.