A equipe da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil em Marabá deflagrou uma operação de cumprimento de mandados de busca e apreensão nas residências dos dois seguranças que são investigados pelo assassinato de Reginaldo Pereira de Oliveira. O crime ocorreu por volta das 12h do dia 14 de maio deste ano, próximo à Estrada de Ferro Carajás (EFC), na zona rural de Marabá. Os vigilantes são Jonathas de Oliveira Soares e Diogo da Silva Melo.
A morte se deu em circunstâncias suspeitas diante da ação de agentes patrimoniais da empresa Segurpro, contratada da Vale para manter a segurança da ferrovia.
Segundo a Polícia Civil, durante as buscas realizadas foram apreendidos materiais de relevância para a investigação, que se encaminha para sua terceira fase.
Leia mais:“Tais materiais serão periciados e constarão do conjunto probatório para o esclarecimento das circunstâncias da morte”, afirma o delegado Toni Rinaldo Rodrigues de Vargas, titular da especializada.
Tido como suspeito de tentar furtar ferragens na beira da ferrovia, Reginaldo foi atingido com um tiro na perna esquerda, na altura do joelho, que pode ter acertado a veia femural, o que provocou sua morte.
Relembre
A PM recebeu via NIOP-190 informações de que um tiro teria sido efetuado embaixo de um viaduto no São Félix, na área que dá acesso ao Bacabalzinho. A guarnição foi ao local, mas chegando lá nada encontrou. Horas mais tarde, outro telefonema foi feito ao NIOP, desta vez pelos vigilantes, que pediram apoio da PM, pois havia uma vítima de arma de fogo a cerca de 4 km do mesmo viaduto.
Quando a guarnição chegou, os policiais encontraram uma ambulância do SAMU deixando o local, pois os socorristas tinham sido acionados, mas quando chegaram lá Reginaldo já estava sem vida.
Nessa hora, Jonathas e Diogo falaram que a ferragem na beira da EFC estava sendo furtada por duas pessoas, por volta de meio-dia. Ainda de acordo com eles, uma das pessoas, antes de correr, colocou a mão na cintura, momento em que o vigilante Jonathas Soares deu um tiro e mais tarde a encontrou sem vida no mato.
Os policiais apreenderam a arma usada para matar Reginaldo e conduziram os dois vigilantes para a Polícia Civil, onde o delegado William Lopes Crispim autuou Jonathas por homicídio e o encaminhou ao Poder Judiciário.
Reginaldo tinha deficiência na perna direita (justamente a que levou o tiro), era pensionista do INSS e pai de oito filhos, sendo seis registrados. Familiares afirmam que Reginaldo não estava furtando nada, que ele era passarinheiro e tampouco tinha forças para carregar pesadas ferragens, devido à deficiência física na perna direita e também nas mãos.
Na audiência de custódia, o juízo da 1ª Vara Criminal de Marabá concedeu Alvará de Soltura para que Jonathas tenha o direito de responder ao crime em liberdade. Em nota, a Segurpro informou que está colaborando com as autoridades policiais para apuração dos fatos ocorridos.
(Chagas Filho)