Correio de Carajás

Parauapebas: Vereadores fazem minuto de silêncio e lamentam morte de adolescente

Parauapebas: Vereadores fazem minuto de silêncio e lamentam morte de adolescente

A tragédia que vitimou o adolescente Walyson Leite da Silva, de 14 anos, morto após ser atingido por um tiro que teria sido disparado pelo agente da Guarda Municipal, Genialdo Araújo Teixeira, durante as comemorações da vitória do Flamengo pela Copa Libertadores da América, no início da noite do último sábado, 23, foi lamentada pelos vereadores de Parauapebas, que repudiaram a atitude. Para a maioria dos edis, o acusado de ser o autor do crime não tem as mínimas condições psicológicas para portar uma arma de fogo. 

Segundo as investigações sobre o caso, que está em andamento, o agente da Guarda Municipal de Parauapebas, que está preso pelo crime, teria se envolvido em uma confusão com um casal em um bar, no Bairro Cidade Nova, onde uma grande quantidade de torcedores assistia ao jogo, e efetuado disparos a esmo, sendo que um acabou acertando a cabeça do adolescente, que ainda foi socorrido e levado para o Hospital Geral de Parauapebas (HGP), mas não resistiu.

Antes de começar a leitura do expediente do dia, o presidente da Câmara, Luiz Castilho (PROS), pediu um minuto de silêncio em memória da vítima. Durante o grande o expediente, os vereadores se manifestaram sobre o caso e o repudiaram. Marcelo Parceirinho (PSC) começou externando suas condolências à família. “É um momento difícil e uma dor que não tem descrição”, disse o vereador, que se referiu ao agente como cidadão.

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“O garoto, feliz assistindo à conquista do seu time, e chega um cidadão, sem capacidade psicológica para portar uma arma e comete essa tragédia. Como é que esse cidadão vai armado a um evento de comemoração, querendo dar uma de polícia? E comete a tragédia que causou”, repudiou.

O vereador fez questão de frisar que estava se referindo ao guarda e não à Instituição Guarda Municipal. “Em toda profissão tem suas exceções”, frisou Parceirinho, observando que o ato deixou uma macha negativa na imagem de Parauapebas e interrompeu o sonho de um garoto.

“Aquele menino estava vendo o Gabigol jogar e, com certeza, se espelhava no jogador e desejava também ser atleta. O sonho daquele garoto foi interrompido por causa de uma idiotice de um cidadão que não tem preparo para portar uma arma de fogo”, frisou Parceirinho.

Joelma Leite (PSD) também prestou condolências à família do garoto e disse que tem gente se aproveitando a situação para explorar isso de forma política e estimular na cidade um sentimento de revolta contra a Guarda Municipal e alguns agentes públicos, inclusive contra ela, que sempre defendeu a instituição. “Pessoas despreparadas estão usando a tragédia, de forma política, para difamar as pessoas. Isso é lamentável”, criticou a vereadora.

Ela, no entanto, frisou que o garoto tinha todo o futuro pela frente e teve a vida ceifada por uma pessoa despreparada e que não tinha autorização do município para portar arma de fogo. “Não foi a prefeitura, foi a justiça que autorizou uso de arma pelos guardas e a arma que ele portava era pessoal. Vale dizer que a atitude de um membro não reflete o comportamento de toda a corporação”, complementou a vereadora, dizendo que caso tem que ser investigado e o culpado deve ser punido. “Isso não vai trazer o menino de volta, mas dá à família a sensação de justiça”, ressaltou.

Ivanaldo Braz (sem partido) e Horácio Martins (PSD) também se manifestaram sobre o caso. Braz observou que o caso causou revolta na sociedade e os guardas municipais agora estão sendo vistos com medo. “É importante ressaltar que isso foi um caso isolado e não reflete o comportamento da corporação. Precisa sim ser apurado e o culpado punido. Realmente foi uma tragédia, provocada por quem não deveria estar ali armado, já que era uma comemoração, onde o espírito era de alegria, não só da torcida do Flamengo, mas do País, porque o Flamengo era o Brasil na Libertadores”, frisou. (Tina Santos)