Acontece nesta quinta-feira, 3 de setembro, a partir das 9 horas, a audiência de instrução e julgamento designada pela juíza Adriana Karla Diniz Gomes da Costa, titular da 1ª Vara Criminal de Parauapebas, no processo movido contra Antônio de Souza Nascimento, acusado de assassinar a companheira, Jaqueline Santana da Silva, de 24 anos, em agosto do ano passado.
Após o corpo da jovem ser encontrado, a Justiça decretou a prisão preventiva do homem e no início de setembro ele foi localizado em uma invasão na saída de Parauapebas, sentido Curionópolis. Na ocasião, ao ser ouvido pela Polícia Civil, Antônio confessou o crime, mas depois, orientado por um advogado, não quis assinar a confissão.
Atendendo aos cuidados necessários à prevenção contra o novo coronavírus, as oitivas das testemunhas ocorrerão por videoconferência no sistema disponível no Salão do Júri do Fórum de Parauapebas. O preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência. Após essa fase, o Poder Judiciário decidirá se pronuncia o réu e se ele irá ou não a júri popular.
Leia mais:Jaqueline foi estrangulada no dia 12 de agosto com o cinto de segurança do carro de Antônio. O corpo dela foi encontrado mais de 15 dias após a morte, em 29 de agosto, em estado de decomposição, em um matagal na área conhecida como “Água Boa”, entre os municípios de Canaã dos Carajás e Parauapebas. O caso teve grande repercussão na região.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado do Pará, Antônio costumava agredir a companheira e no dia 12 a assassinou após longa briga entre os dois, ocorrida na casa onde viviam, na Avenida Jamaica, no Vale do Sol, em Parauapebas. O homem ainda ocultou o cadáver.
O desaparecimento da jovem foi informado à Polícia Civil pela mãe, Carmen Santana da Silva, em 13 de agosto de 2019. Dois dias antes, em 11 de agosto, ela havia deixado a vítima casa do companheiro. No dia do crime, às 21 horas, ele procurou a casa da sogra afirmando ter discutido com Jaqueline e declarando que ela havia saído da casa sem destino.
Carmen desconfiou porque não era uma atitude comum da filha. Além disso, no dia anterior, Jaqueline falou para a mãe que vinha brigando muito com o companheiro. Ela também apresentava as unhas quebradas e estava com a bolsa rasgada. A jovem teria dito que deixaria a casa no dia 12 e havia pedido à irmã que ajudasse na mudança.
Uma amiga íntima de Jaqueline informou, em depoimento, que os dois teriam começado a se relacionar em maio e que a vítima relatava episódios de agressões sofridas nas mãos do homem. Um deles, inclusive, foi presenciado pela amiga. Conforme ela, Antônio desferiu um soco no rosto de Jaqueline, desmaiando-a.
Uma vizinha, também ouvida, relatou que as brigas eram constantes e que ouviu discussão na madrugada do dia 12, dentre 2 e 5 horas. A vítima, afirma, pedia socorro, mas a vizinha imaginou que seria mais uma briga rotineira. Ao amanhecer, o carro do acusado não estava mais na casa.
Por fim, um colega de trabalho de Antônio declarou que no dia 14 o homem não foi trabalhar e nem justificou a falta. Disse ter sabido, dentro da empresa, que o colega tinha histórico de violência doméstica. Atualmente, o homem está recolhido na Cadeia Pública de Parauapebas. (Luciana Marschall)