Correio de Carajás

Parauapebas: Serviço de delivery cresce durante pandemia

Em época de pandemia e isolamento social empreendedores viram as vendas caírem. Para tentar minimizar os impactos financeiros, comerciantes de diversos setores se reinventam e uma das alternativas é o sistema de entrega em domicílio, o delivery.      

Dono de restaurante de comidas típicas paraenses, Valdemir Ferreira, antes da pandemia atendia sempre aos finais de semana, porém, após duas semanas de portas fechadas, as vendas foram praticamente a zero.

Para reverter a queda, ele cadastrou o estabelecimento em uma plataforma de entregas e agora começou a produzir as refeições durante a semana. “Estamos no início, ainda está um pouco devagar, mas é uma boa alternativa”, afirma Valdemir.

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Para o empresário, um dos pontos positivos da adesão ao delivery é que um novo público está sendo conquistado. Já o fator negativo é que a equipe de funcionários antes formada por oito pessoas foi reduzida a um colaborador por dia. “Para ajudar, a cada dia chamo um diferente”, esclarece, acrescentando preocupação com os funcionários.   

“Tenho uma preocupação particular. As pessoas que trabalham com a gente dependem desse trabalho e isso me deixa muito preocupado. Agora é torcer para que tudo volte à normalidade”, diz o empresário.

Já Samia Nunes produz e vende cosméticos naturais e também foi impactada pela crise. Uma das maiores dificuldades está em fazer novos produtos pela dificuldade em encontrar a matéria prima, mas para continuar com as vendas também aderiu ao delivery.

Antes umas das principais formas de venda da empreendedora eram as feiras de exposição, mas todos os eventos foram canceladas devido à pandemia. “A gente já sente a questão das vendas, estão muito tímidas, complicou um pouco para quem é pequeno e tem loja virtual, por isso veio a ideia da gente fazer um serviço de delivery”, diz Samia.

Samia está tendo dificuldades em conseguir matéria prima e usa o delivery para vender o que já fabricou

A empreendedora também se uniu a um grupo de mulheres que usam as redes sociais para divulgar os produtos umas das outras. “É uma forma de apoiar, ajudar a dar visibilidade, mesmo que não tenha a venda do produto, mas ao ser divulgado já atinge outros públicos. A gente tenta ao máximo ter esse engajamento e esse apoio”, analisa Samia.

Para os empreendedores de pequeno e médio porte que buscam ajuda para manter os negócios, o Sebrae está disponibilizando conteúdos gratuitos no site, abrangendo assuntos como linha de crédito, criatividade em tempo de coronavírus e estudo sobre o comportamento do consumidor durante esta crise.  

Sobre a opção do delivery, o analista do Sebrae, Flávio Petry, fala que as iniciativas dos aplicativos representam um passo importante para os pequenos negócios neste momento. “As medidas anunciadas pelas empresas de aplicativos representam uma conquista inicial para o segmento, pois, aos poucos, pela livre concorrência, as plataformas devem oferecer cada vez mais benefícios”, afirma. (Theíza Cristhine)