Correio de Carajás

Parauapebas: Quem são as pessoas que trabalham na informalidade?

Parauapebas: Quem são as pessoas que trabalham na informalidade?

O sonho de muitos brasileiros é a segurança de um trabalho formal para o benefício de uma aposentadoria tranquila. No entanto, os altos índices de informalidade no Pará tornam essa realidade cada vez mais distante para muitos paraenses. Os motivos que levam as pessoas à busca de alternativas para a renda, incluem falta de experiência profissional para ocupar as vagas ofertadas formalmente, ou, falta de vagas na área de atuação anterior.  

Francisca da Conceição Monteiro trabalha desde 2012 na venda de geladinha, com carga horária das 9h às 18h. “Eu precisei sair do meu emprego quando meu filho nasceu, para cuidar dele, não tinha com quem deixá-lo e não podia pagar uma babá”, relembra. Porém, quando o marido que era padeiro ficou desempregado, eles precisaram procurar uma alternativa.

“Começamos vendendo sorvetes a R$ 2,00, mas achavam caro e um cliente sugeriu que vendêssemos geladinha. Já tem sete anos que eu e meu esposo trabalhamos com isso”.   Francisca disse ainda que em um dia bom vende até 400 geladinhas, a R$1,00 cada e o sabor mais pedido é o de amendoim.

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Já Dejanilde Cunha Ribeiro trabalhava na área administrativa no serviço público, até ser demitida, e hoje completa três anos trabalhando no ramo da comida caseira. “Essa foi a alternativa que encontrei, nunca foi minha primeira opção, mas como não consegui emprego na minha área de atuação passei a me dedicar a almoços e lanches”. Dejanilde conta ainda que a renda com o trabalho é o suficiente para sobreviver e pagar as contas do mês, mas ainda não consegue investir no futuro. 

A estudante Francinete dos Santos, de 19 anos, para ajudar a complementar a renda do marido, trabalha com a venda de salada de fruta, a R$ 5,00 o pote, nas proximidades da Prefeitura Municipal, desde o início do ano. “Estou priorizando os estudos, por isso trabalho meio período com as vendas e estudo no outro”. O marido também atua no mercado informal, com a venda de camarões. “Meu marido ficou muito tempo desempregado, por isso começou com as vendas, mas tem meses que não conseguimos arcar com todas as despesas”, lamenta.    

O Dieese aponta que no segundo trimestre deste ano o total de ocupados no Pará somava 3,411 milhões de pessoas e destes cerca de 35,6% (1,214 milhões de pessoas) estavam trabalhando informalmente. Ocupando a liderança do estado com maior percentual de trabalhadores informais. (Theíza Cristhine)