Correio de Carajás

Parauapebas: Feirantes são ‘desalojados’ em época de chuva

Fotos: JL Meirelles

Quem trafega na Estrada Faruk Salmen, em Parauapebas, de longe visualiza que o estacionamento da Feira do Produtor está tomado de barracas brancas. As estruturas abrigam os feirantes que foram retirados do interior do prédio em decorrência de uma reforma planejada pelo município, mas o problema é a época escolhida para serem feitas as melhorias, já que chove quase diariamente.

Apesar de haver cobertura, um vídeo gravado por um dos feirantes mostra que o estacionamento fica cheio de água quando chove forte, o que inviabiliza o uso pelos feirantes e pelos clientes. “Falaram que iam fazer um galpão pra gente ficar lá fora, não perdi nenhuma das reuniões, mas botaram tendas. Teve tenda que ficou de cabeça pra baixo aparando chuva, eu vi água no meio da canela, disseram que era porque o bueiro estava entupido e desentupiram, mas eu não posso ir pra lá”, desabafou Edilane Leal.

Edilane Leal: “Teve tenda que ficou de cabeça pra baixo aparando chuva”

“É inverno, molha tudo, a água fica no meio da canela, escorre água nos ferros com tomadas e além de ser tudo molhado não dão espaço para colocarmos as mercadorias, temos esse tanto de mercadoria encostado e ainda ficou muita coisa pra traz, como freezer que levamos pra casa”, acrescentou Irani Sousa.

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Irani Sousa: “É inverno, molha tudo, a água fica no meio da canela”

Para Cassia Chaves, a reforma é necessária e importante, mas a época escolhida não é adequada. “Tá um pouco desconfortável, mas pra vender é melhor. Tá apertadinho, tá calor, mas é boa a reforma, pena o momento que é tempo de chuva, o que é muito ruim pra gente”, comenta.

Wanterlor Bandeira diz que a obra está atrasada, mas situação é temporária.

De acordo com Wanterlor Bandeira, secretário municipal de Obras, as obras estão atrasadas quatro meses e deveriam ter sido realizadas antes do período chuvoso, o que não ocorreu devido à intensa discussão entre município e feirantes. “Foi licitada no final de julho e assinamos a ordem de serviço para iniciar imediatamente em agosto, mas houve discussão de entra e sai, para remover as pessoas para outro ambiente temporário. A gente sabe que não é confortável, mas a obra tem prazo de seis meses e tá começando por ter havido esse atraso porque o governo discutiu com os feirantes exaustivamente”, declara.

Área onde feirantes foram colocados costuma alagar com chuvas fortes.

Conforme ele, ao final, decidiu-se que parte dos feirantes seria realocada do lado de fora e o restante permaneceria em uma parte interna. Ele explica, ainda, que se trata de uma reforma ampla. “Há duas escadas de acessibilidade, vamos tirar uma, criar uma praça de alimentação e melhorar o local de atendimento para as pessoas que trabalham com comida, açougue e mariscos. Vamos readequar o setor de frutas e verduras num único local mais amplo e confortável, dando mais conforto tanto para quem trabalha quanto para o consumidor”, disse. (Luciana Marschall e Natália Brito)