Correio de Carajás

Parauapebas: Digitais comprovam que corpo é de Jackeline

Parauapebas: Digitais comprovam que corpo é de Jackeline

O Instituto Médico Legal (IML) de Parauapebas acaba de informar ao Correio de Carajás que a perícia das digitais do corpo encontrado na noite de ontem, quinta (29), pertence a Jackeline Santana da Silva, de 24 anos, desaparecida desde o dia 11 deste mês, após ser deixada na casa do companheiro dela, Antônio de Souza Nascimento. O homem sumiu após a polícia começar a investigar o caso.

O corpo foi reconhecido formalmente na manhã de hoje, sexta-feira, pela mãe de Jackeline, Carmem Santana da Silva, como sendo dela, mas devido ao adiantado estado de decomposição era necessário exame complementar, resultando na liberação para sepultamento no final desta tarde.

O corpo foi encontrado por volta de 19 horas em um matagal no KM 32 da PA- 160, entre a localidade denominada Água Boa e a Vila 45, em Canaã dos Carajás, por um motoqueiro que parou para fazer necessidades fisiológicas. Ele sentiu mal cheiro e foi verificar o que era, se deparando com o corpo da mulher.

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O corpo estava na margem esquerda da pista, no sentido Parauapebas/Canaã dos Carajás. O motoqueiro pediu ajuda ao dono de uma chácara, identificado como Joaquim Sozinho, e conseguiu ligar, do celular do genro do homem, para o investigador Walter Gomes, da Delegacia de Polícia Civil de Canaã dos Carajás.

Segundo o investigador, eles seguiram até o local citado e comprovaram a denúncia, sendo oficializado ao Instituto Médico Legal de Parauapebas para fazer a remoção do corpo.

Ao receber as fotos, a equipe do Correio entrou em contato com a mãe da jovem que, ao ver as imagens, entrou em desespero e começou a chorar. Ele disse que o cabelo era igual ao da filha, assim como as roupas que a mulher usava no dia que foi deixada por ela na casa de Antônio. O jornal acompanha o caso desde o início e foi o primeiro a divulgar o desaparecimento da jovem.

A coleta das digitais foi feita a partir de dois dedos da vítima, que ainda tinham pele. O corpo passou por necropsia na manhã de hoje e só após a conclusão dos laudos é que será divulgado como a mulher foi morta e a data provável. O caso está sendo investigado pela equipe de Homicídios da 20ª Seccional Urbana de Parauapebas.

A delegada Yanna Azevedo, titular da equipe, não gravou entrevista, mas informou que a investigação está em andamento e Antônio Souza é apontado até agora como o principal acusado do desaparecimento de Jackeline. O carro dele foi encontrado uma semana depois do desaparecimento dela abandonado no bairro São Lucas, na área da VS 10.

O veículo foi apreendido e está no pátio da delegacia, aguardando passar por perícia, já solicitada ao IML de Marabá, segundo Yanna Azevedo. A perícia é para verificar digitais e se há manchas de sangue no veículo.

Inconsolável, a mãe de Jackeline diz que agora só quer que Antônio Souza seja encontrado e que seja feito justiça. “Ele tem que pagar pela morte da minha filha”, desabafa, às lágrimas. Carmem aponta o genro como principal suspeito da morte de sua filha.

Ela informa que Jackeline deixa dois filhos, um menino de 12 aos e uma garotinha de 4 anos, que ainda não sabe o que aconteceu com a mãe. “Ela pensa que a mãe está viajando”, ressalta Carmem.

Entenda o caso

Jackeline Santana desapareceu na noite do dia 11 de agosto, após ser deixada pela mãe na casa de Antônio Souza. Segundo Carmem Santana, sua filha vivia há dois meses o homem. No dia anterior, diz 10, os dois tinham brigado e Jackeline foi para a casa da genitora. “Ela veio para casa. No domingo, nós fomos para um banho e passamos o dia lá. Quando voltamos, ela pediu para que eu a deixasse na casa de Antônio. Eu a deixei lá e, depois disso, não vi mais minha filha”, contou a mulher na época.

De acordo com Carmem, no dia seguinte, segunda-feira, 12, por volta de 21 horas, Antônio foi até sua casa dizer que Jackeline tinha desaparecido. Ele contou que depois que ela chegou na casa, eles brigaram e ela disse que ia para a rua beber. “Ele me disse que ainda falou para ela não ir, porque estava usando um cordão e um anel de ouro e poderia ser assaltada. Eu questionei por que só àquela hora ele veio dizer que ela tinha sumido. Ele, argumentou que imaginou que ela tinha ido para a casa de uma amiga, mas tinha ido lá e ela não estava”, detalhou Carmem.

Ela ressalta que na quarta-feira, 14, foi até a casa do genro para saber se a filha tinha dado notícias. Na ocasião, ela informou a ele que tinha registrado ocorrência sobre o desaparecimento de Jackeline e que a polícia ia intimar todas as pessoas que tiveram contato com ela, para serem ouvidos.

Depois disso, Carmem diz que Antônio sumiu. Não apareceu nem mais para trabalhar. Segundo ela, ele era motorista de microônibus de transporte escolar da Prefeitura de Parauapebas.

Carmem conta que depois voltou à casa de Antônio, quando a polícia esteve lá atrás dele, e foi chamada para pegar as coisas de sua filha que estavam no imóvel. “Eu fui lá e conversei com uma vizinha, que já me contou outra história. Ela disse que ouviu a discussão dos dois até por volta de 5 horas. Depois Antônio saiu de carro. Eu não desconfiava dele, agora não tenho mais certeza de nada. Eu passei a noite na casa, já que ele saiu e não levou documentos, para ver se ele aparecia, mas nada. Nem a família dele diz saber seu paradeiro”, enfatizou.

Na outra semana, o carro dele foi encontrado abandonado na área da VS 10 e ele até hoje não foi localizado.  (Tina Santos – com informações de Ronaldo Modesto)