Em uma entrevista à agência de notícias Reuters, o Papa Francisco criticou a administração de Donald Trump pela política de separação de famílias de imigrantes ilegais na fronteira dos Estados Unidos com o México, dizendo que o populismo não é a resposta para os problemas de imigração do mundo.
O Papa disse que apoia a recente declaração dos bispos católicos dos EUA, que condenaram a política e a chamaram de “contrária aos valores católicos” e “imoral”.
“Estou do lado da conferência dos bispos”, disse o Papa na entrevista realizada no último domingo e divulgada nesta quarta-feira (20). “Que fique claro que nessas coisas eu respeito [a posição da] conferência dos bispos”.
Leia mais:O pontífice também criticou o populismo para lidar com a questão da imigração. “Não é fácil, mas o populismo não é a solução”, afirmou. Francisco disse que os populistas estavam “criando psicose” na questão da imigração.
Nesta quarta, em que é comemorado Dia Mundial do Refugiado, o Papa postou em sua conta no Twitter algumas mensagens sobre imigração.
“A dignidade de uma pessoa não depende em ela ser um cidadão, um migrante ou um refugiado. Salvar a vida de alguém fugindo de guerra e pobreza é um ato de humanidade”, postou.
Política de separação
A nova política do governo Trump estabelece que todo adulto que for pego atravessando a fronteira ilegalmente deve ser criminalmente processado. Se for capturado, o indivíduo é levado a um centro federal de detenção de imigrantes até que se apresente a uma juiz de imigração.
A política não fala em “separação”, porém isso acaba sendo inevitável na prática, já que as crianças não podem ser mantidas nesses centros. Ao serem separadas de seus pais, as crianças são designadas pelo governo como “crianças imigrantes desacompanhadas” e, por isso, são levadas para abrigos sob custódia do governo, sem saber para onde seus pais foram.
Antes da nova política, as famílias que chegavam na fronteira sem autorização e que alegavam medo de voltar para a casa eram autorizados a entrar em território americano e pedir refúgio.
De acordo com o governo, em um recente período de seis semanas, quase 2.000 menores de idade foram separados de seus pais ou tutores.
O presidente americano sofre pressão de democratas e republicanos para que encerre a prática. (Fonte:G1)