Prova de que, silenciosa, a covid-19 vai ampliando seu número de vítimas em Marabá é que, do início de dezembro até agora, 2.038 novos casos da doença foram confirmados no município. Além disso, no mesmo período, 25 pessoas perderam a vida para as complicações, sobretudo de caráter respiratório, impostas pelo mal indissociável da vida em coletividade. Fotografia do que é relatado pelo painel epidemiológico da prefeitura pode ser observada no próprio HMM, que continua acolhendo centenas de pessoas nas tendas para triagem montadas na área externa. Porém, na avaliação dos pacientes, falta presteza dos médicos e enfermeiros no atendimento, o que tem sido motivo para sobra de reclamações.
Um dos pacientes é o técnico de celular Lucas Santos, de 32 anos. Ele apresentava sintomas gripais, inclusive com a voz prejudicada em virtude de secreção pulmonar, e aguardava pela realização de teste rápido na casa de saúde quando foi abordado por repórter do Jornal. O trabalhador comentou com a reportagem que, recentemente, a esposa foi diagnosticada com a doença. “Eu estou com febre alta há dois dias e acredito que possa ser resultado da infecção [pela covid-19]”, supõe ele.
A maior incidência da covid-19 em Marabá é entre os homens de 25 a 45 anos, faixa etária em que se encontra Lucas. O índice de recuperação, entretanto, é de 97%, ao que o paciente demonstra o desejo de, em breve, figurar nesta estatística. “Só que se depender do hospital, eu continuarei padecendo. A demora [no atendimento] é absurda. Tudo bem que muitas pessoas estão na fila, mas custa atender com mais eficiência?”, questiona.
Leia mais:A dona de casa Sônia Maria Dias Lima, de 65 anos, também encaminhou suspeita para a triagem do Hospital Municipal e tem a mesma queixa. Ela foi acometida por uma virose nesta semana e, mesmo sendo do grupo de risco, obedecia a ordem de chegada de pessoas. “Eu estou aguardando atendimento há três horas e até agora nada. O hospital deveria se ater melhor à prioridade. Não é ideal que idosos fiquem tanto tempo neste ambiente propício para contaminação”, argumenta.
Ao CORREIO, o diretor clínico do HMM, Ednaldo Pereira Araújo, pediu paciência das pessoas em face da alta demanda recebida desde o início da pandemia. “Não vivemos um tempo fácil. Como profissional da área da saúde, eu peço, encarecidamente, que as pessoas esperem o atendimento sem exaltação de ânimos. Centenas de pessoas passam por aqui diariamente, então é compreensível que exista um tempo de espera. Temos médicos e enfermeiros comprometidos com o bem comum na linha de frente”, arrazoa.
Na atualização epidemiológica desta sexta-feira (8), Marabá figurava com 11.857 casos confirmados e 241 vítimas fatais, sendo a última uma mulher de 58 anos com hipertensão e diabetes no rol dos fatores de risco. A taxa de letalidade permanece estável em 2%. 93 pessoas no município ainda cumprem o isolamento domiciliar e 24 pessoas ocupam leitos tanto de UTI quanto de enfermaria. 11.494 pessoas já se recuperaram da doença, o que representa 96,9% do total de infectados. (Da Redação, com informações de Josseli Carvalho)