Correio de Carajás

Óticas de Marabá vão à Justiça para garantir o atendimento aos clientes

Oftalmologistas em Marabá receitam óculos mas pacientes não têm onde comprar o produto

Sob a argumentação de que a visão é um dos cinco principais sentidos dos seres humanos e que, por mais que estejamos de quarentena, a saúde visual continua sendo muito importante, empresários do segmento de óticas prometem entrar na Justiça nos próximos dias para garantir que este seja declarado pela Prefeitura de Marabá como essencial à população e que não pode parar de funcionar.

Segundo o empresário Henrique Rocha, das Óticas Helena, o segmento se encaixa neste cenário, por ser um serviço essencial à população, que garante a saúde de seus olhos e, consequentemente, do corpo por completo. “Nós podemos funcionar e, ao mesmo tempo, atender a um cliente por vez no interior da loja, a fim de preservar a saúde de todos, bem como as exigências e critérios da Organização Mundial de Saúde”, diz Henrique.

O empresário observa que há mais de 40 óticas em Marabá, mas a defesa deles não está baseada no lucro, mas sim no drama de milhares de clientes que não conseguem encomendar óculos na cidade. E foram cerca de 10 dessas óticas que se uniram para entrar com ação na Justiça, para garantir o funcionamento na cidade. “Avaliamos que há mais de 3 mil clientes por mês que estão ficando sem poder fazer os óculos aqui em Marabá”, alerta ele.

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Ele destaca, ainda, que os oftalmologistas estão funcionando normalmente. Dos consultórios, saem com receitas, mas encontram as óticas fechadas e não conseguem encomendar óculos de grau e o tratamento não tem continuidade. “Até os óculos que estão prontos estão difíceis de entregar. Se a gente abrir a porta para um cliente, para entregar óculos ou apenas conversar, a Vigilância Sanitária vai querer autuar. Esta é uma situação bem delicada e que precisa ser resolvida”.

Henrique Rocha observa que não esse caso é diferente do comércio em geral e que não dá para fazer delivery (entrega em domicílio) porque é preciso tomar as medidas do cliente e isso tem de ser feito dentro da ótica.

Ele cita que há mais de 900 cidades do País em que o segmento de ótica foi elencado como essencial em decretos municipais, o que não ocorreu em Marabá.

Ele mostrou à Reportagem do CORREIO uma carta que o Conselho Regional de Óptica e Optometria do Pará enviou ao prefeito Tião Miranda pedindo a inclusão do segmento ótico como serviço essencial, apontando quatro justificativas, inclusive por classificação da própria Anvisa. “Sem óculos, idosos podem ter quedas domésticas e profissionais de saúde que usam óculos com grau podem sofrer acidentes de trânsito”, diz.

Nota de esclarecimento

A Reportagem do CORREIO procurou a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Marabá, que enviou a seguinte nota explicativa: “A Procuradoria do Município entende que este serviço é considerado essencial e já peticionou à Terceira Vara da Justiça do Trabalho que seja inserido este serviço no mesmo critério de essenciais”. (Ulisses Pompeu)