Correio de Carajás

Orla da Pioneira vira palco da ignorância

É notório que a maioria dos brasileiros – nas mais diversas regiões do País – afrouxou um pouco os cuidados com o isolamento social devido à pandemia da covid-19, até porque o poder público, de forma geral, retomou diversas atividades que antes estavam vetadas. Mas o que acontece na orla do Rio Tocantins, na Marabá Pioneira, é inexplicável. As cenas que se viram no final de semana são apenas uma pequena amostra do que vem ocorrendo há tempos em um dos mais emblemáticos cartões portais da cidade. Aquilo é uma amostra da ignorância da população e da ausência do poder público.

Os vídeos que circulam, de celular em celular, pelos grupos de WhatsApp, revelam pessoas sem máscara se aglomerando e promovendo enorme farra na noite de domingo (16). Durante a aglomeração, foi registrada por câmera de celular uma pancadaria generalizada.

Conforme se vê nas imagens, pessoas sem máscara aparecem com bebidas alcoólicas, inclusive com garrafas de vidro, que se tornam armas durante uma briga. Em dado momento, um grupo de rapazes aparece agredindo com chutes uma pessoa caída no chão. Um homem de camisa preta tenta impedir as agressões, mas leva um soco. Ele parte para cima do agressor e a briga vai parar no meio da rua.

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Outro vídeo, que também circula pelas redes sociais, mostra um verdadeiro lixão deixado ao longo da orla. A filmagem foi feita por pessoas que costumam fazer caminhada e andar de bicicleta na orla. A cena é de pós-guerra e já seria inaceitável em situações normais, quanto mais agora em tempos de pandemia.

O resultado na noite de domingo foi esse rastro de destruição no dia seguinte

Muita gente que viu as cenas duvidou que se as filmagens fossem recentes, pois não há, por parte dos populares, o menor cuidado com sua proteção individual e muito menos com as outras pessoas. Os bares fecham no máximo até ás 23h, mas alguns vendedores ambulantes continuam revendendo bebidas alcoólicas.

Acontece, porém, que os vendedores ambulantes não vendem cerveja em garrafas, o que leva a crer que muita gente compra a cerveja em vasilhames de vidro em conveniências e leva para a orla em caixas de isopor. O objetivo é promover uma ostentação movida a som automotivo altíssimo e muito álcool. Não percebem, porém, que estão ostentando apenas a própria ignorância.

Procurado pela reportagem do Correio, o secretário municipal de Segurança Institucional, Jair Guimarães, garantiu, por telefone, que as cenas lamentáveis não vão mais se repetir na Orla da Marabá Pioneira. Providências serão tomadas em conjunto, pelas autoridades competentes.

Autoridades se manifestam

Para a Imprensa, a Prefeitura de Marabá informou que, apesar da existência do decreto que proíbe aglomerações e também das fiscalizações realizadas na cidade, grande parte da população insiste em desrespeitar a determinação municipal. Ainda segundo a Prefeitura, os órgãos municipais só podem agir em conjunto com as Polícias Civil e Militar e o Poder Municipal, sozinho, não tem pessoal para conter as aglomerações.

Em nota, a Polícia Civil informou que não houve registro do caso nas delegacias da cidade e que vem realizando fiscalizações para o cumprimento do decreto municipal, que estabelece medidas para evitar a proliferação da covid-19.

Por outro lado, a Polícia Militar informou, em nota, à Imprensa, que não procede a informação de que não há policiamento suficiente em Marabá e que por volta das 20h uma viatura foi acionada para dispersar as pessoas que estava se aglomerando e descumprindo as medidas de distanciamento social na orla de Marabá. (Chagas Filho)