Correio de Carajás

Operação contra manganês ilegal será contínua, garante delegado da PF

Uma operação desencadeada pela Polícia Federal em Marabá na madrugada desta sexta-feira (7) levou sete pessoas para trás das grades e oito caminhões — que transportavam, sem autorização legal, 500 toneladas de manganês extraído ilicitamente — para o pátio da PF.

Não é de agora que diversos caminhões vindos da Estrada do Rio Preto transitam pela BR-230 nas cidades da região. Esta, por sinal, é a rota obrigatória dos pesados veículos até o destino final — a maioria para o Porto de Vila do Conde, em Barcarena. Questionado pelo CORREIO, o delegado Marcelo Guimarães Mascarenhas, responsável pela “Operação Rota do Minério”, não revelou qual era o destino dos veículos.

Delegado Marcelo Mascarenhas afirma que operação não é isolada e será contínua (Foto: Evangelista Rocha)

“Nós temos a identificação de para onde o minério era levado, mas por uma questão administrativa manteremos o sigilo”, declarou.

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Ainda segundo ele, a operação será contínua. “A Rota do Minério terá vários desdobramentos. Não se trata de uma operação isolada. Queremos derrotar esses verdadeiros grupos formados para derivar minério sem pagar impostos, gerando subempregos e miséria”, afirmou Marcelo Mascarenhas.

Questionado sobre a finalidade da ação, o delegado narrou que “o objetivo da operação é combater a degradação do meio ambiente causada por essa extração ilegal de minério na região”. Para o delegado, os prejuízos decorrentes dessa atividade estão orçados na casa de milhões de reais.

Um dos condutores foi preso por dirigir sob efeito de álcool. A infração, prevista na legislação de trânsito, é gravíssima e acarreta multa multiplicada por dez e suspensão do direito de dirigir pelo período de um ano.

Oito caminhões foram apreendidos e só sete pessoas foram detidas porque um dos motoristas fugiu do local ao perceber a presença dos agentes federais.

Advogado Marcel Affonso diz que prisão preventiva de cliente é desnecessária (Foto: Josseli Carvalho)

Marcel Affonso de Araújo Silva, advogado de um dos suspeitos, também foi ouvido pela Reportagem. Ele disse que a PF não está formulando processo e espera que seu cliente seja liberado até o fim do dia. “Eles (Polícia Federal) não estão produzindo peças de inquérito, apenas organizando os depoimentos. O Marcos (cliente) é primário, tem bons antecedentes e, com base nisso, verifica-se a completa desnecessidade da prisão preventiva. Eu tenho a expectativa de que, ainda hoje, ele seja liberado”, estimou.

A Polícia Federal acredita, pela estrutura organizacional apresentada, que as pessoas envolvidas detenham alto poder aquisitivo. Os caminhões, com placas de Marabá, Parauapebas, Macapá (AP), Três Barras do Paraná (PR) e Aparecida de Goiânia (GO) serão levados para um depósito, e os presos seguem na carceragem da PF. (Da Redação)