Correio de Carajás

Obra de ponte em São Geraldo segue em ritmo acelerado

Uma das principais portas de entrada e saída do Estado do Pará está ganhando um novo cenário e, em breve, uma nova dinâmica com a construção de mais uma ponte sobre o Rio Araguaia, na divisa Pará/Tocantins. Trata-se da BR-153, que liga o sudeste do Pará à Belém-Brasília e, de lá, para o Centro-Oeste do Brasil. A obra segue a passos largos e quem passa ali hoje, sobre as balsas que fazem a travessia há anos, já percebe a maioria dos pilares prontos, uma importante etapa da construção.

Quando ficar pronta, a ponte terá 1.724 metros de extensão e a expectativa é que mais de 1,5 milhão de pessoas sejam beneficiadas. A estrutura vai compor a BR-153, que é uma das principais vias para escoar a produção dos dois estados. Numa margem está a cidade de São Geraldo do Araguaia (PA) e na outra Xambioá (TO).

A obra pertence ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com empreiteira contratada e que dedicou bastante às bases do viaduto de acesso, no lado de Xambioá. A ponte está orçada em aproximadamente R$ 157 milhões e a previsão de entrega é em setembro de 2022. São, no total, 702 estacas, 88 blocos e 44 pilares.

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Contrato para a obra estava assinado desde 2017, mas era alvo de disputa judicial. Na época, o então presidente Michel Temer chegou a visitar a cidade para a assinatura.

A estrutura de base para o viaduto de acesso também está pronta

ENTENDA

A estrutura da ponte foi dividida em três segmentos: dois viadutos para os trechos extremos, e o trecho central e principal para a transposição do canal de navegação (246,0 m). A solução estrutural para a superestrutura dos dois viadutos de acesso é constituída por tabuleiros formados por cinco vigas longarinas pré-moldadas de concreto protendido.

Para o trecho central, foram previstas superestruturas em seção caixão celular de concreto armado e protendido, a serem moldadas no local, formando um segmento contínuo, sobre os apoios centrais (balanços sucessivos ou moldagem segmentada em aduelas ditas progressivas).

IMPORTÂNCIA A BR-153/PA/TO é um importante eixo de ligação entre as Regiões Norte e Sul do Brasil, por permitir a integração multimodal entre a ferrovia Norte-Sul e a hidrovia Tocantins-Araguaia. A construção da ponte vai impulsionar o desenvolvimento econômico local, pois facilitará o tráfego de veículos e caminhões, melhorando o escoamento da produção de bens e diminuindo os custos no transporte de cargas. (Patrick Roberto)

Cai o monopólio e já existe outra balsa no Araguaia

E enquanto a ponte é prevista como realidade apenas para o ano que vem, os motoristas que trafegam pelo trecho tiveram um alento com o advento de mais uma balsa fazendo a travessia de veículos entre São Geraldo do Araguaia (PA) e Xambioá (TO). O governo quebrou o monopólio da conhecida empresa Pipes, que reinava sozinha há décadas promovendo esse transporte a seu modo.

As duas balsas concorrentes passam lado a lado no Araguaia /Foto: Romário dos Santos – @issoesaga

A nova balsa é operada pela MRodofluvial Ltda, que é uma empresa paraense. O canal de navegação e os portos da nova prestadora de serviços já foram definidos e homologados pela Marinha do Brasil, que tem poderes para isso. A empresa começou a operar no último dia 24 de janeiro.

O termo de outorga foi concedido à empresa ainda em 2019 pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e garante sua atuação até a conclusão da ponte sobre o Rio Araguaia, que está com as obras em ritmo acelerado.

Num informe à comunidade, o presidente da MRodofluvia, Pedro Paulo Gouveia Moraes, anunciou que a empresa preza pelo “compromisso com a qualidade na prestação do serviço de travessia, respeito ao usuário, ao meio ambiente e preço justo”, anunciou, ainda que a balsa não cobra a travessia de pedestres entre as duas cidades, “respeitadas as regras de controle e segurança da navegação definidas pela Marinha do Brasil”. Já a Pipes, companhia que no seu nome carrega as iniciais do seu proprietário, Pedro Iran do Espírito Santo, continua com a sua operação normal, só que agora convivendo lado a lado com a concorrência. (Da Redação)