Uma reforma gerida pela Prefeitura Municipal desde o início do mês na Feira da Folha 28, no Núcleo Nova Marabá, é vista com reservas e ainda desconfiança por parte de trabalhadores que há anos ocupam aquele espaço como forma de garantir a renda e o sustento da família. Eles relatam demora na execução da obra, falta de diálogo por parte do Departamento de Postura e risco iminente de despejo. Por outro lado, a prefeitura nega as declarações dos feirantes e assegura que a obra será concluída sem prejuízos.
Repórter deste CORREIO esteve na feira e percebeu uma série de modificações no local a partir da reforma: bloqueio de ruas por entulho, fita zebrada em boxes para reforma e meios-fios e calçadas quebrados para instalação de rampas. É uma obra considerada de grandes proporções pelos trabalhadores informais.
O feirante José Alves Vieira está há 30 anos no local. Preocupação é palavra que resume o sentimento do veterano com a obra. “Estamos preocupados em sair e eles demorarem para entregar [a reforma]. As coisas estão muito devagar. Túlio [coordenador da Postura] nunca fez reunião com a gente sobre isso. Diminuiu o número de pessoas com a reforma. Não tem data para a obra finalizar”, argumenta.
Leia mais:Outro que denuncia atraso na execução da obra e temor de despejo é Paulo Souza, cujo ponto de vendas fica ao lado de uma caixa d’água. “Estamos com medo de não voltar depois da reforma. Não teve reunião com a Postura. Nada. Zero. Queremos nosso espaço para continuar sustentando a família. Nós somos oito trabalhadores aqui neste pedaço. Somos humanos”, penhora ele.
O OUTRO LADO
Em contato com a Reportagem por telefone, Alessandro Viana, secretário municipal de Comunicação, desmentiu as alegações de demora no andamento da reforma. Ele também negou qualquer possibilidade de despejo dos feirantes. “Aquele centro [se referindo ao ponto ocupado pelos trabalhadores no primeiro acesso à Folha 28] será movido para o estacionamento da 28, para que seja construída naquele local uma área coberta aos moldes da Feira da Getúlio Vargas [na Marabá Pioneira]”, revela.
De acordo com o representante da prefeitura, haverá uma série de intervenções estéticas na feira com a reforma. “A obra contempla a construção de calçadas com acessibilidade, construção de sarjetas, reforma de pequena praça e reforma dos boxes da prefeitura. A obra começou há 20 dias, o que deixa claro que não existe atraso na execução. Procuramos executar a obra sem prejudicar os feirantes”, sustenta Alessandro.
Questionado pelo repórter sobre a falta de diálogo da prefeitura, Alessandro afirmou que as equipes da Postura e da Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop) mantêm contato permanente com os interessados. Ele, porém, não definiu data para a entrega da reforma, justificando que toda obra envolve variáveis. “Todos estão sendo ouvidos pelas equipes responsáveis pelo andamento dos trabalhos. Ainda não temos previsão para entrega. É difícil prever em meio a tantas coisas que podem acontecer”, finaliza ele. (Da Redação, com Josseli Carvalho)