Instalado na semana passada, conforme noticiado aqui no CORREIO, o Comitê de Apoio às Vítimas de Covid-19, criado dentro da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Marabá, iniciou a semana já em campo, verificando a situação da atenção aos pacientes. Os membros do Comitê visitaram o Hospital Municipal de Marabá, com a finalidade de avaliar o fluxo de atendimento aos internados coronavírus, e verificar como está o estoque de medicamentos, além de outras demandas referentes ao assunto. Uma visita semelhante foi realizada no dia 8 de junho ao Hospital de Campanha de Marabá.
A comitiva foi liderada pelo presidente da OAB Marabá, Ismael Gaia, e formada também pela presidente da Comissão de Saúde, Aracélia Vieira, e pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos, Adebral Favacho.
No Hospital Municipal, reunido com o diretor administrativo, Fabrizzio Bastos, o grupo buscou informações necessárias para dar continuidade às ações da OAB no que tange às demandas oriundas do atendimento na casa de saúde e constatou, entre outras situações, que houve ampliação da unidade devido à pandemia do coronavírus.
Leia mais:A inspeção levantou que o HMM possui atualmente duas áreas isoladas para atender os pacientes suspeitos de covid-19. Uma dessas áreas abriga, atualmente, leitos de SEMI-UTI para atender pacientes com sintomas graves da doença. A outra é destinada a pacientes moderados.
O diretor destacou para o Comitê que a referência para casos de coronavírus no município são: o Hospital Regional e o Hospital de Campanha, e não o HMM. “Estamos atendendo todos, mas não somos a referência para o atendimento de covid-19, essa referência é do HR e do HC. Hoje estamos bem preparados para enfrentar a covid-19, tanto de estrutura física, de EPIs, quanto número de profissionais”, disse
Segundo ele, antes da pandemia havia 503 profissionais da área de saúde, mas com a ampliação do hospital este número passou para 700 profissionais. Deste total, uma média de 60% a 70% dos profissionais da área de saúde já foram contaminados pela covid-19.
Uma das preocupações da comitiva que foi abordada na reunião com o diretor foi a comunicação sobre as informações do quadro de pacientes internados aos familiares. Conforme Fabrizzio Bastos, todos os dias, a partir das 17 horas, o médico de plantão repassa estas informações aos familiares em um setor criado para a finalidade.
Ele informou, entretanto, que há uma problemática relacionada ao horário, pois como a prioridade é a assistência aos pacientes e depois a divulgação das informações exatas para os acompanhantes, muitas vezes o médico acaba atrasando a conversa com os familiares, o que resulta em maior tempo de espera e ansiedade por notícias.
REGULAÇÃO
A Comitiva da OAB questionou se ainda persiste dificuldades anteriormente informadas acerca da regulação de pacientes do Hospital Municipal para o Hospital de Campanha de Marabá. De acordo com o diretor, entretanto, houve normalidade desta situação e a regulação acontece segundo protocolo estabelecido pela Sespa.
Uma mudança na gestão do Hospital de Campanha melhorou o diálogo entre a unidade e o HMM, destacou o diretor, tendo sido ajustadas, inclusive, as dificuldades específicas e pontuais pertinentes às informações repassadas no cadastro do paciente via sistema, justamente em razão do maior diálogo estabelecido entre ambos, não tendo mais ocorrido a negativa de regulação de pacientes por portarem outras cormobidades diversas da covid-19.
Esse novo cenário, informou o gestor, permite atuação de maior sintonia no enfrentamento da pandemia, para que não haja saturação no sistema de saúde.
Durante a inspeção, entretanto, a Comitiva da OAB Marabá constatou uma problemática na forma de regulação de pacientes, que é a centralização da regulação de pacientes do Hospital Municipal para os hospitais Regional e de Campanha, via sistema da Sespa na capital do estado. Os advogados representantes da OAB identificaram que isso tem dificultado bastante o trâmite. Antes, ele era realizado de forma regional, mas no período pandêmico passou a ser feito em Belém.
A OAB vê com preocupação esta nova metodologia de regulação de pacientes implementada pela Sespa, pois, dessa forma, retira-se a autonomia e a praticidade de se regular pelos hospitais da região. O órgão pretende diligenciar junto à Sespa e a outros órgãos competentes para rever a situação.
MEDICAMENTOS
Outro ponto abordado durante a inspeção foi quanto aos medicamentos e EPI’s. O diretor Fabrízzio informou que o HMM conta com abastecimento satisfatório de equipamentos de proteção indispensáveis para os profissionais da área de saúde, assim como de medicamentos necessários para o tratamento dos pacientes com covid-19, tendo, portanto conseguido suprir a demanda.
Em inspeção junto ao setor de farmácia do HMM, os membros da comitiva da OAB receberam informações do responsável pelo local, no mesmo sentido explanado pelo diretor, o que também foi possível verificar in loco.
ALA PEDIÁTRICA
O Diretor acompanhou os membros da OAB na inspeção em toda a estrutura do Hospital Municipal, fazendo uma ampla apresentação de todos os setores, em especial na ala dos pacientes acometidos de Covid-19.
Na oportunidade, a comitiva da OAB Marabá conheceu a ala clínica da pediatria em funcionamento e foi informada que no dia anterior havia sido realizada a alta da última criança internada. A ala é composta por 16 leitos, sendo sete destinados a pacientes da covid-18. (Da Redação)