Correio de Carajás

O futebol venceu

Foto: Alexandre Cassiano/O Globo

Passada a euforia do título, vamos à análise.

A vitória do Fluminense é, para mim, a vitória do futebol, porque venceu aquele que mais se propôs a jogar futebol.

Caso o Flu tivesse perdido, poder-se-ia dizer que o futebol venceu também, pois é um esporte onde o aleatório está sempre à espreita. Felizmente isso não ocorreu desta vez. Foi a vitória do planejamento e não do acaso.

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Os gols do Fluminense foram, por assim dizer, “gols de Diniz”, pois nasceram da paciência e da coragem de um time bem treinado que não anda rifando a bola à toa, tampouco jogando a bola na área de qualquer jeito, como fazem quase todos os times do Brasil. Prefere tocar, triangular, jogar bola mesmo.

Mas há que se dizer uma coisa: quem segurou a peteca no final; quem amarrou o jogo quando foi preciso, quem catimbou e conseguiu a expulsão de um jogador do Boca não foi o time do Diniz, foi o “Time de guerreiros”, essa designação mística que era dada ao Flu em outros tempos.

Por fim, o título do Flu é um prêmio para Diniz, porque ele vive no país do resultado. Aqui não basta ter o melhor futebol, não basta dar espetáculo; é preciso ganhar. Todos se lembram da Seleção Brasileira de 1982!

Essa cultura do resultado, muitas vezes, aborta trabalhos que poderiam ser promissores. Felizmente não foi o caso de Diniz, felizmente não foi o caso do Fluminense.

Do águia para a América

Por estar em Marabá, não posso concluir essa análise sem falar de Keno, autor de duas assistências numa final de Libertadores. Este é um feito que fica para sempre; é a “glória eterna”. Quando passou pelo Águia, 10 anos atrás, jogou 20 partidas e fez 7 gols. Foi o grande nome do time na Série C e no Campeonato Paraense.

Talvez naquele momento nenhum de nós percebera até onde seus dribles, gols e assistências o levariam; certamente não tínhamos ainda condições de ver o tamanho desse jogador, que de Keno (apelido da palavra “Pequeno”) só tem o nome, porque o futebol é gigante, assim como Fluminense!

 

 

Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.