Correio de Carajás

Novo sistema de alerta de emergências deve entrar em operação até dezembro

Alertas serão mais ‘invasivos’, com sons e mensagens na tela, e SMS também continuarão em uso. Governo vai testar sistema em dez municípios de menor porte.

Atualmente alertas da Defesa Civil são feitos através de SMS. — Foto: Pedro Emerenciano/g1

O novo sistema de alerta de emergências do país deve entrar em operação até dezembro para todos os estados das regiões Sul e Sudeste, quando começa o verão e há maior incidência de chuvas.

Até lá, o sistema deve ser testado pela Defesa Civil em dez municípios brasileiros. São cidades pequenas, que foram escolhidas de acordo com o histórico de desastres e a capacidade das defesas civis.

A informação é do superintendente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Gustavo Borges, em entrevista ao g1 e à TV Globo.

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“A expectativa é que a gente consiga expandir até o próximo verão para todos os estados da região Sul e Sudeste. A gente trabalha para que tenha essa expansão até novembro, dezembro, e que já esteja à disposição das defesas civis”, declarou o superintendente.

O novo sistema de alertas vai emitir alertas com sons e mensagens em formato pop-up no celular – que se sobrepõem ao conteúdo exibido na tela.

“O importante é que essa mensagem não requer um cadastro do usuário. Então, se você estiver com um celular compatível, com uma rede 4G e 5G e em cobertura, essa mensagem vai chegar para você”, explicou Borges.

 

O sistema vai ser operado pela Defesa Civil, que vai delimitar uma área em situação de risco para emitir o sinal. Qualquer celular compatível com cobertura dentro desse perímetro vai receber a notificação.

Segundo Borges, aparelhos de celular comprados a partir de 2020 já são compatíveis com a tecnologia, que vai funcionar em redes 4G e 5G.

SMS vai continuar existindo

 

Atualmente, os alertas são emitidos pela Defesa Civil por meio de mensagens SMS. Contudo, para receber as mensagens, o usuário precisa fazer um cadastro informando CEPs de interesse.

“Ocorre que, por exemplo, você tem diversas movimentações, sai de municípios, troca de estado, está em outros locais. Essa é uma fragilidade hoje do SMS, enquanto o cell broadcast [novo sistema] vai identificar todas as pessoas que estiverem naquela região de risco mesmo que você não tenha feito um cadastro e vai disparar a mensagem”, afirmou.

 

No entanto, segundo Borges, o SMS continuará sendo utilizado pela Defesa Civil para emitir alertas. O novo sistema será usado apenas em situações de alto risco.

“É um aviso que, de certa forma, gera uma situação de muita atenção por parte da pessoa. Então, tem que ser reservado para momentos e situações muito graves, com altíssima probabilidade [de ocorrer]”, destacou.

O que falta para o lançamento

 

No final de 2022, por iniciativa própria, a Anatel determinou que as operadoras implementassem o novo sistema de alertas.

A agência procurou o apoio do governo para implementar a ferramenta junto à Defesa Civil e criar um plano de comunicação à população.

A engenharia do sistema foi concluída no final de 2023. Claro, Tim e Vivo já implementaram a ferramenta em suas redes.

Restam, no entanto, duas pendências para o lançamento: o treinamento das defesas civis e o plano de comunicação. Os dois estão sendo conduzidos pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e pelo Ministério das Comunicações.

No início de maio, o MDIR afirmou ao g1 que o sistema estava “em fase de ajustes e finalização”.

“Hoje, o Cenad [Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, ligado ao MIDR] está muito focado no enfrentamento da crise no Rio Grande do Sul, mas assim que voltar a alguma normalidade a gente vai conseguir fazer o lançamento para dez municípios”, explicou Borges.

 

No primeiro dia dos testes para esses dez municípios, a Anatel vai fazer um alerta de demonstração para explicar o que é e como usar o sistema.

(Fonte:G1)