Correio de Carajás

Noite cultural fortalece raízes negras em escola de Morada Nova

Hip Hop, estilo apreciado por jovens, também entrou na programação cultural

A Escola Pedro Peres Fontenelle realizou em 22 de novembro, uma Noite Cultural em alusão à Consciência Negra, evento que envolveu a participação dos estudantes do Ensino Personalizado, de 6º ao 9º ano da Educação de Jovens e Adultos. O evento representou a culminância de um projeto maior, intitulado “Consciência Negra: contribuições da cultura africana e afirmação de identidades”, que objetiva promover a reflexão e o debate acerca da identidade negra, com vistas a desenvolver ações de combate ao racismo, ao preconceito e à desigualdade social no País, intensificando por meio das atividades apresentadas a valorização da diversidade de valores e culturas a que estamos inseridos.

Estudantes assistem à apresentação que objetiva valorizar a cultura negra

De acordo com a coordenadora pedagógica da Educação de Jovens e Adultos, Nilza Helena Souza de Jesus, o objetivo maior do projeto é construir uma identidade negra positiva no ambiente escolar e, ainda, estender essa construção para a sociedade. “De acordo com uma pesquisa realizada na Escola Pedro Peres Fontenelle, um número significativo de estudantes, mesmo sendo negros, não se reconhecem como tal. Isso também é evidenciado no ato da matrícula escolar, pois quando o pai, a mãe, o responsável ou até mesmo o próprio aluno é questionado sobre qual cor ele se declara, a maioria não se identifica como negros, se assume como brancos ou pardos. Acredito que essa negação da identidade se dá pelo fato de que para ser aceito na sociedade, o negro precisa negar a si mesmo. É como se assumindo a cor branca ou parda, o mesmo estaria livre de ações discriminatórias”, pondera a educadora.

Os alunos apresentaram uma variedade de atividades, incluindo recital de poemas, coreografias nos estilos Street Dance e Hip Hop, desfile representativo da diversidade de raças que formam o povo brasileiro, exposição de painel sobre palavras de origem africana, revista fanzine sobre preconceito e injúria racial, dentre outras.

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Ao longo do projeto foi desenvolvido um ciclo de atividades que abordavam a temática em questão a partir de várias linguagens artísticas (música, teatro, cinema, dança etc) no intuito de desenvolver um trabalho consistente com os estudantes do Ensino Personalizado por meio de debates constantes, momentos de reflexão e valorização da cultura africana, compreendendo sua importância para o diálogo e convivência respeitosa com a diversidade.