Você já deve ter reparado que a população – de um modo geral – está mais cuidadosa quanto à prática de atividades físicas. Seja na praça, na orla, nas ruas ou nas academias, muita gente tem procurado sair do sedentarismo e buscado um estilo de vida mais saudável.
Grande parte dos exercícios físicos – feitos ao ar livre ou em academias – necessitam de um acompanhamento, mesmo que inicial, de um profissional da área, principalmente os que requerem mais intensidade na execução.
O educador físico é responsável pela orientação técnica, tática e física de praticantes e equipes desportivas, de frequentadores de academia, de estudantes e de diversas outras práticas físicas ligadas ou não a algum esporte.
Leia mais:Neste dia 1º de setembro, Dia do Educador Físico, o Correio conversou com Felipe Lincoln Macedo, profissional da área há mais de sete anos, para falar sobre os desafios da profissão na atualidade.
Com um mercado cada vez mais competitivo e um público super exigente, o educador físico precisa estar em constante atualização. “Os profissionais estão procurando cada vez mais se capacitar e se especializar e isso é muito bom. Acredito que o mercado está aquecido e vai continuar”, afirma Felipe, que recentemente inaugurou um Centro de Treinamento no Núcleo Cidade Nova, em Marabá.
Com uma metodologia diferenciada, o educador físico conta que o foco é dar resultados aos alunos das mais diversas faixas etárias. O CT Bisão fica localizado na Rua Cuiabá, Bairro Belo Horizonte, contando inclusive com aulas de natação para crianças. “Aqui, focamos nos objetivos do aluno, respeitando suas especificidades. “O público que nos procura é aquele que percebe que não se encaixa na sala de musculação nem no crossfit.
Questionado pela Reportagem do Correio, Felipe explica que o que eles oferecem não chega a ser um treinamento funcional nem crossfit, exatamente, embora haja elementos de ambos. “O funcional é muito comum, pois pode ser realizado em lugares abertos, por exemplo. Diferente do crossfit, que mescla ginástica, com levantamento de peso olímpico e exercícios aeróbicos em um treino só”, explica.
Para Felipe Lincoln, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde, e ter um lugar com atividades físicas, sem rotina, e um acompanhamento de um profissional, aumenta ainda mais a vontade de treinar e melhorar a qualidade de vida.
Ele acredita que as diversas atividades e espaços de práticas de atividade física vão manter o mercado para educador físico bastante aquecido em Marabá, onde há cerca de sete faculdades que oferecem graduação nesta área.
Maior quantidade está nas escolas
Enquanto isso, separados por um muro de escola, os 60 professores de educação física da rede municipal de ensino de Marabá, lotados na zona urbana da cidade, precisam se reinventar todos os dias em sala – ou quadra – de aula.
A grande maioria dos docentes da área atua no segundo segmento, que vai do 6º ao 9º ano. Ou seja, a grande maioria das escolas municipais de educação infantil, do 1º ao 5º ano, não tem lotação do profissional ainda. E há um campo aberto neste segmento para o futuro próximo.
“É fundamental que desde o início da vida letiva o educando tenha contato com as aulas de educação física. Esse profissional contribui muito para a alfabetização motora, podendo ajudar de forma lúdica com a alfabetização escrita e com a leitura. Existe uma especialização que é de psicomotricista, que trabalha o desenvolvimento motor, desde as turmas babys até o ensino médio”, explica Cinthya Tenório, coordenadora do Departamento de Educação Física da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Cinthya afirma que os desafios dos professores de educação física na rede de ensino são muitos, mas que estão sendo vencidos, como a questão de quadras descobertas e o material didático utilizado nas aulas. “É muito difícil trabalhar no sol quente o dia inteiro. Mas esse número vem sendo reduzido e tem melhorado a qualidade do trabalho realizado nas aulas de educação física”, reconhece.
Para a coordenadora, o profissional de educação física no âmbito escolar promove a saúde e a qualidade de vida nas crianças, proporcionando, em muitos casos, um primeiro contato dos alunos com a iniciação esportiva, já que muitos deles não têm acesso ao esporte.
(Ana Mangas e Ulisses Pompeu)