Eu poderia escrever neste Natal, sobre histórias da infância e adolescência que vivi aqui em Marabá. Mas preferi contar sobre outras histórias. Reuni os repórteres do Jornal há algumas semanas e compartilhei com eles o desejo de produzir um conteúdo diferente neste Natal.
Em geral, nesta época do ano contamos histórias de pessoas carentes que precisam de ajuda. E em mais de duas décadas de jornalismo, reportagens que produzi ajudaram muitas vidas. Uma das mais marcantes tinha o título: “Não haverá natal na casa 54”. Ali, eu contava a história de uma mãe com três filhos que estava à beira de ser despejada e não tinha para onde ir. A quantidade de pessoas que apareceu para ajudar a construir uma casa para ela foi algo que tocou todo mundo da Redação do CORREIO.
Muitas outras histórias já contamos, todas com esse mesmo viés. Mostrar quem precisa de ajuda e despertar a solidariedade das pessoas. Mas este ano resolvemos mudar o caminho.
Leia mais:Neste dezembro, voltamos a visitar trajetórias cotidianas que sintetizam o que há de mais humano em nós – amor, alegria, fé, luz e esperança – para levar até você a nossa cobertura especial de Natal, seja pelas páginas deste caderno, pela web, pela TV Correio e pelo rádio.
É mais um projeto multiplataforma do Núcleo de Reportagem Especial do GRUPO CORREIO, que chamamos de Natais por Francisco.
A inspiração é óbvia. São dois Franciscos. O primeiro que revolucionou a Igreja no século XIII e, posteriormente, ganhou uma oração, que se transformou em uma das preces mais populares no Ocidente. O outro é o atual papa, cujo sacerdócio vem ressignificando nossa relação com Deus e com a fé, pelos mesmos princípios universais do primeiro Francisco.
Então, vamos contar a história de cinco pessoas comuns que, no seu dia a dia, (re)vivem a experiência dos dois Franciscos, revelada em versos retirados da Oração de São Francisco de Assis, transversais a qualquer religião: Onde houver ódio, que eu leve o AMOR / Onde houver tristeza, que eu leve a ALEGRIA / Onde houver dúvida, que eu leve a FÉ / Onde houver trevas, que eu leve a LUZ / Onde houver desespero, que eu leve a ESPERANÇA.
Nascido em 1182, na pequena cidade de Assis, na Itália, São Francisco de Assis é um dos mais importantes santos da Igreja Católica. Seus ensinamentos e sua história de transformação e compromisso com Cristo impressionam e inspiram até hoje.
Batizado com o nome de Giovanni di Pietro di Bernardone, mas chamado pelos pais de “Francesco”, provavelmente devido à origem francesa da família, São Francisco de Assis foi canonizado pelo Papa Gregório IX em 1228, menos de dois anos após sua morte. Mesmo que suas boas ações tenham acontecido no século XIII, sua mensagem permanece muito atual.
São Francisco de Assis se dedicou a viver como Jesus viveu e a espalhar suas palavras. Fez voto de pobreza e, com suas pregações, reuniu seguidores para dividir com ele essa missão.
Foi baseado nos ideais de fé, renúncia aos bens materiais e amor ao próximo que fundou a Ordem dos Frades Menores, em 1209. E, junto com seus irmãos franciscanos, cuidou de pobres e de doentes por onde passou.
Aos resgatar suas ações através da história de pessoas que praticam esses atos em Marabá, podemos perceber o propósito de Francisco: viver e pregar o amor de Deus sobre todas as coisas, amando o próximo como a si mesmo. São Francisco nos mostra que é pelo amor que se faz um mundo mais justo e fraterno.
Descobrimos Tauana, Domilson, Célia Regina, Edvânia e Lara Borges. Mas há muitos outros Franciscos espalhados na cidade que fazem trabalho voluntário baseado no amor ao próximo.
O Especial NATAL POR FRANCISCO é um projeto que floresceu com uma ideia que tive, mas ampliou-se no encanto de jornalistas, fotógrafos, social media, designers e chega até você por várias plataformas, com reflexões como a da jovem Daniela Tauana: “Nós buscamos mostrar a esses meninos e meninas uma alternativa de vida, que eles podem sim ser diferentes e fazer a diferença em suas próprias vidas e nas de suas famílias”.
Feliz Natal!
* O autor é jornalista há 26 anos e escreve crônica às quintas-feiras
Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.