Correio de Carajás

Muitos mistérios ainda rondam a tragédia do poker

O duplo homicídio seguido de um suicídio, que movimentaram a cena policial de Marabá na tarde da última sexta-feira (9) ainda é um assunto cercado de mistério, de pontas soltas que a Polícia Civil tenta conectar. A Polícia Civil não descarta, por exemplo, o envolvimento de uma quarta pessoa no caso. Quem informa é o delegado Toni Vargas, titular do Departamento de Homicídios.

Conforme divulgado pelo CORREIO, Raimundo Santos Cabral, o Kim Brown, entrou na casa de poker localizada no Novo Horizonte e atirou em Ricardo Farias da Silva, o “Quaresma”, de 25 anos, funcionário da casa, e em Rafael Torelli, que era dono do estabelecimento. Em seguida correu alguns metros e deu um tiro na própria cabeça, usando a mesma arma com a qual havia acabado de atirar nos outros dois.

E é justamente a arma que pode – ou não – indicar a participação de uma outra pessoa na roda de acontecimentos que antecederam a tragédia do poker. O delegado Toni já descobriu que a arma usada por Kim Brown não era registrada. Resta saber se ele pegou emprestado com alguém (ou a comprou) com a finalidade de cometer esse crime. Caso isso se confirme, esta pessoa poderá sofrer sanções.

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O delegado observa que precisa ouvir pessoas ligadas às vítimas para tentar encontrar o cenário que precedeu a matança, que transformou a Avenida 2000 e a Rua Araguaia em cena de filme policial com direito a corpos jogados no meio da rua, expostos à curiosidade pública e à perplexidade de todos.

Há, por outro lado, alguns comentários sobre Kim Brown que revelam que a matança foi planejada com certa antecedência e que havia apenas uma dúvida: se entregar à polícia depois do crime ou tirar a própria vida. Ele acabou optando pela atitude mais radical: o suicídio.

Pessoas ligadas a ele – que pediram para não ser identificadas – disseram que ele teria se despedido dos amigos, dando a entender que se mataria. Kim Brow teria inclusive gravado um vídeo dando adeus a todos. Mas até ontem nem a reportagem do CORREIO e nem a polícia tiveram acesso ao tal vídeo.

Por outro lado, a reportagem apurou que Kim Brown teria se informado com pessoas ligadas ao sistema penal sobre como eram as condições de cumprimento de pena na penitenciária Mariano Antunes, dando a entender que se entregaria após os crimes.

Toda essa angústia que envolveu Kim Brown teria sido motivada porque ele foi demitido da casa de poker, acusado de furto, de forma injusta, pelo ex-patrão, depois de ter sido delatado por “Quaresma”. Mas aí entra outra controvérsia. Há quem diga que Kim Brown era na verdade uma espécie de sócio minoritário da casa de poker e não empregado.

De todo modo, o celular dele está em poder da polícia que irá pericia-lo na tentativa de responder algumas dessas dúvidas, segundo informou delegado Toni Vargas. (Chagas Filho)