Correio de Carajás

MST fará caminhada até o Fórum para acompanhar audiência

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se concentram neste momento à altura do Km 06, na Nova Marabá, de onde farão uma caminhada pela Rodovia Transamazônica (BR-230), passando pela ponte do Rio Itacaiúnas, até o Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, no Núcleo Cidade Nova.

Está agendada para 13 horas uma audiência entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o juiz Amarildo Mazutti – titular da Vara Agrária – e outros órgãos. Na pauta estão as reintegrações de posse das Fazendas Cedro e Fortaleza, onde estão situados acampamentos do movimento social.

Durante dois dias os manifestantes mantiveram a Rodovia BR-155 bloqueada em frente à Fazenda Cedro, entre Marabá e Eldorado do Carajás. A via foi desobstruída por volta as 17 horas de ontem, quarta-feira (22).

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De acordo com Poliana Soares, integrante do MST e moradora do acampamento Helenira Rezende, na Fazenda Cedro, a mobilização hoje em Marabá tem caráter de denúncia e de diálogo com a sociedade. “Estamos denunciando a situação dos despejos porque mesmo que tenha havido extraoficialmente um adiamento das reintegrações a nossa pauta é a suspensão desses despejos”, declarou.

Conforme ela, o movimento aproveita para dialogar também com os trabalhadores da cidade sobre o que denomina como retrocessos do atual governo em relação à reforma trabalhista. “Sabemos que a reforma trabalhista tem retirado direitos, que os trabalhadores urbanos têm perdido todos os dias os direitos e queremos denunciar, ainda, a violência no campo, o genocídio da juventude urbana e rural, o assassinato dos LGBTs, de negros e pobres”.

Ela acrescenta que os trabalhadores rurais também estão denunciando o risco de 591 crianças que vivem no acampamento ficarem sem acesso à educação caso as reintegrações sejam mantidas. “Nós temos 591 crianças que ficarão fora da escola. Nossas famílias – 1.200 – não têm para onde ir, não terão casa, não terão comida ou escolas para os filhos. Pedimos a compreensão da sociedade em relação a nossa situação”.

A desobstrução da rodovia ocorreu após o superintendente regional Incra, Asdrubal Bentes, se deslocar até o local na manhã de ontem para negociar com o MST.  Os manifestantes protestam contra o cumprimento de 14 mandados de reintegração de posse, determinados pelo Poder Judiciário, que estão ocorrendo no sudeste do Pará.

O superintendente firmou compromisso de viabilizar cestas básicas para as famílias acampadas, por meio da Ouvidoria Agrária Regional e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e em entrevista concedida ontem afirmou ter se comprometido com o movimento a conversar com o juiz Amarildo Mazutti sobre a possibilidade de rever a decisão judicial.

Segundo ele, até o momento o Incra que não havia sido parte da ação judicial que resultou na decisão pela reintegração de posse na Fazenda Cedro, mas agora pretende manifestar interesse por haver a suspeita de que parte da área do Complexo Cedro ser da União. Poliana diz que o movimento decidiu pela liberação da via por compreender a dificuldade pela qual estavam passando os trabalhadores presos no congestionamento.

“Fizemos nosso protesto de forma pacífica, ocorreu tudo com tranquilidade e entendemos sim a situação daqueles trabalhadores, mas queremos que eles também nos entendam. Não tivemos ainda nenhuma suspensão, se tem desenhado apenas adiamentos dos despejos. Conquistamos a questão das cestas básicas para as famílias acampadas e continuamos esperando a maior que é a suspensão de todas as reintegrações de posse dessa região”, finalizou.  (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)

 

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se concentram neste momento à altura do Km 06, na Nova Marabá, de onde farão uma caminhada pela Rodovia Transamazônica (BR-230), passando pela ponte do Rio Itacaiúnas, até o Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, no Núcleo Cidade Nova.

Está agendada para 13 horas uma audiência entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o juiz Amarildo Mazutti – titular da Vara Agrária – e outros órgãos. Na pauta estão as reintegrações de posse das Fazendas Cedro e Fortaleza, onde estão situados acampamentos do movimento social.

Durante dois dias os manifestantes mantiveram a Rodovia BR-155 bloqueada em frente à Fazenda Cedro, entre Marabá e Eldorado do Carajás. A via foi desobstruída por volta as 17 horas de ontem, quarta-feira (22).

De acordo com Poliana Soares, integrante do MST e moradora do acampamento Helenira Rezende, na Fazenda Cedro, a mobilização hoje em Marabá tem caráter de denúncia e de diálogo com a sociedade. “Estamos denunciando a situação dos despejos porque mesmo que tenha havido extraoficialmente um adiamento das reintegrações a nossa pauta é a suspensão desses despejos”, declarou.

Conforme ela, o movimento aproveita para dialogar também com os trabalhadores da cidade sobre o que denomina como retrocessos do atual governo em relação à reforma trabalhista. “Sabemos que a reforma trabalhista tem retirado direitos, que os trabalhadores urbanos têm perdido todos os dias os direitos e queremos denunciar, ainda, a violência no campo, o genocídio da juventude urbana e rural, o assassinato dos LGBTs, de negros e pobres”.

Ela acrescenta que os trabalhadores rurais também estão denunciando o risco de 591 crianças que vivem no acampamento ficarem sem acesso à educação caso as reintegrações sejam mantidas. “Nós temos 591 crianças que ficarão fora da escola. Nossas famílias – 1.200 – não têm para onde ir, não terão casa, não terão comida ou escolas para os filhos. Pedimos a compreensão da sociedade em relação a nossa situação”.

A desobstrução da rodovia ocorreu após o superintendente regional Incra, Asdrubal Bentes, se deslocar até o local na manhã de ontem para negociar com o MST.  Os manifestantes protestam contra o cumprimento de 14 mandados de reintegração de posse, determinados pelo Poder Judiciário, que estão ocorrendo no sudeste do Pará.

O superintendente firmou compromisso de viabilizar cestas básicas para as famílias acampadas, por meio da Ouvidoria Agrária Regional e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e em entrevista concedida ontem afirmou ter se comprometido com o movimento a conversar com o juiz Amarildo Mazutti sobre a possibilidade de rever a decisão judicial.

Segundo ele, até o momento o Incra que não havia sido parte da ação judicial que resultou na decisão pela reintegração de posse na Fazenda Cedro, mas agora pretende manifestar interesse por haver a suspeita de que parte da área do Complexo Cedro ser da União. Poliana diz que o movimento decidiu pela liberação da via por compreender a dificuldade pela qual estavam passando os trabalhadores presos no congestionamento.

“Fizemos nosso protesto de forma pacífica, ocorreu tudo com tranquilidade e entendemos sim a situação daqueles trabalhadores, mas queremos que eles também nos entendam. Não tivemos ainda nenhuma suspensão, se tem desenhado apenas adiamentos dos despejos. Conquistamos a questão das cestas básicas para as famílias acampadas e continuamos esperando a maior que é a suspensão de todas as reintegrações de posse dessa região”, finalizou.  (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)