Correio de Carajás

MP comemora 15 anos da Lei Maria da Penha e homenageia 5 mulheres

Em comemoração aos 15 anos da Lei Maria da Penha, na manhã desta quarta-feira (1º de setembro) o Ministério Público do Estado do Pará, em Marabá, celebrou a data com a realização de um seminário sobre os avanços e as conquistas obtidas nos últimos anos no enfrentamento à violência contra as mulheres.

Além das palestras, foi realizada a entrega do Prêmio “Mulheres Empoderadas 2021”, que é destinado àquelas que são destaques no município no que diz respeito ao trabalho de proteção às vítimas de violência doméstica, ou que, de alguma forma, demonstram relevância em suas respectivas áreas de atuação.

De acordo com Paula Gama, titular da Promotoria de Violência Doméstica, a presença dos órgãos que trabalham na rede de enfrentamento à violência doméstica em Marabá é imprescindível nesse momento de celebração. “É muito importante reunir todas essas mulheres neste dia para comemorarmos os 15 anos da Lei Maria da Penha e a edição do prêmio, que vai homenagear cinco mulheres, que foram escolhidas pelo MP, pelo Poder Judiciário e pela Defensoria Pública”.

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Paula Gama, titular da Promotoria de Violência Doméstica

Durante a cerimônia realizada no auditório do MP, em Marabá, foram homenageadas Cláudia Cilene Alves Araújo, presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Marabá; Eliene Carla de Lima, delegada da Mulher da Polícia do Estado do Pará; Júlia Maria Ferreira Rosa Veloso, coordenadora Especial de Política Públicas Para Mulher; Rosalina Pereira Isoton, presidente do Grupo de Mulheres Arco Íris da Justiça e coordenadora da Ouvidoria Popular Mulher Conte Comigo; e Simone Felinto França, delegada da Polícia Civil do Estado do Pará.

Duas cidades do Estado do Pará já receberam a edição do Prêmio “Mulheres Empoderadas”, Santarém e Belém. Marabá foi a terceira sede escolhida para homenagear mulheres que lutam pelo bem estar de outras mulheres.

Mulheres de diversas instituições que integram a rede de apoio contra a violência doméstica estiveram presentes no evento

A rede de proteção às mulheres envolve instituições governamentais e não governamentais que têm por objetivo proteger as vítimas de violência psicológica, moral, patrimonial e física.

Ao Correio de Carajás, a delegada Simone Felinto, uma das homenageadas, descreveu que se sentiu muito feliz por ter sido lembrada e reconhecida. “Vejo como mais uma responsabilidade de continuar fazendo meu trabalho em Marabá e região. Ajudar que mulheres se conscientizem e saiam dessa situação de violência. E no que eu puder ajudar, não só como delegada, mas como mulher e cidadã, vou fazer”.

Desde 2010, quando assumiu o cargo na Polícia Civil e foi nomeada para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Felinto já esteve por quatro vezes titular do órgão.

“Vejo como mais uma responsabilidade de continuar fazendo meu trabalho em Marabá”, diz a homenageada Simone Felinto

Acompanhando há mais de 11 anos os movimentos sociais, a delegada percebeu que as mulheres dos bairros mais distantes, que convivem e participam das associações, estão se fortalecendo e criando uma rede de apoio.

“Dentro dos municípios do Pará, Marabá se destaca como a primeira cidade da Patrulha da Maria da Penha e pela sua rede de proteção que é tão importante para que a mulher saia do ciclo de violência e seja amparada não só na esfera criminal, mas em uma questão social”, explica.

O diretor geral do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), José Edvaldo Pereira Sales, esteve no evento representando o procurador geral da Justiça, César Mattar Júnior.

Para ele, o evento tem duas finalidades. Além de comemorar os 15 anos da Lei Maria da Penha, é uma forma de chamar a atenção para o engajamento e conquistas de mais direitos às mulheres. “Infelizmente, a violência continua na sociedade e as instituições, especificamente o MP e a sociedade civil organizada, devem se unir em prol desta defesa. O MP tem uma Promotoria específica para essa atribuição e os encaminhamentos necessários serão dados para quem procurar o órgão”, finaliza. (Ana Mangas)