Correio de Carajás

Movimentos sociais reagem a ato dos pecuaristas

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri), a Comissão Pastoral da Terra (CPT Pará) e a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH) emitiram nota em decorrência de um ato dos pecuaristas realizado nesta quinta-feira (24), em Marabá, frente ao Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, no Núcleo Cidade Nova.

Para os movimentos ligado à luta por reforma agrária, a manifestação se dá contra as prisões realizadas em decorrência da Operação Longa Manus, desencadeada pela Polícia Civil no último dia 17 (quinta) e que resultou na prisão de três homens suspeitos de estarem financiando milícias na zona rural da região sudeste do Pará.

“Tão logo a imprensa divulgou a prisão do bando, as organizações de produtores rurais do Estado divulgaram nota de protesto, deram inúmeras declarações e marcaram manifestação no fórum de Marabá, condenando a ação da polícia e do Judiciário, saindo em defesa da quadrilha”, diz nota conjunta emitida hoje pelos movimentos, acusando os presos de trabalharem a serviço dos fazendeiros.

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Acrescenta que junto à Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (Deca) em Marabá há diversos boletins de ocorrências relatando práticas do bando supostamente chefiado pelas pessoas presas neste mês contra grupos de trabalhadores rurais em fazendas de Itupiranga, Marabá, Tucuruí, Anapu, entre outras.

“O modos operandi da quadrilha é sempre o mesmo: contratado pelos fazendeiros se desloca para o local do conflito, simula uma ação policial e utilizando um arsenal de armas domina as pessoas, espanca, queima os barracos, motos e carros dos posseiros, ameaça e, em alguns casos, executa as lideranças. No pacote criminoso contratado pelos latifundiários interessados está inserido um batalhão de pistoleiros, armamento pesado, roupas camufladas, explosivos e carros blindados”, acrescenta o posicionamento.

Por fim, as entidades afirmam que vão encaminhar dossiê completo do caso para o Conselho Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (CNDH), Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e para o Secretário de Segurança Pública do Pará, Wallame Fialho Filho, entre outros, requerendo o monitoramento do inquérito e da ação penal que será aberta para julgamento dos crimes praticados. (Luciana Marschall)