Correio de Carajás

Motoristas enfrentam filas quilométricas para tentar abastecer em Parauapebas

Motoristas de Parauapebas têm enfrentando filas quilométricas para tentar abastecer seus veículos em postos nos quais conseguem receber combustível. Esta manhã, terça-feira, 29, apenas dois postos conseguiram receber abastecimento de gasolina e a disputa foi grande para tentar conseguir o combustível.

Em um dos postos, localizado no Bairro Tropical, uma fila de carro de mais de dois quilômetros foi formada ao longo da Rodovia PA-160. Muitos motoristas estavam sem nada de combustível e seguiam na fila empurrando o carro, para tentar chegar ao posto.

Outra fila era de pessoas, com galões, para tentar comprar o combustível para botar nos veículos parados em casa. Segundo o dono do posto de combustível, Leandro Lopes, por conta da dificuldade de conseguir o produto, que está sendo transportado por uma estrada vicinal, o preço da gasolina aumentou de R$ 4,95 para R$ 5,29.

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Ele conta que conseguiu comprar 10 mil litros de gasolina, que chegaram ao posto por volta de 4 horas. Assim que o caminhão chegou, a fila começou a se formar. Para tentar atender o maior número de pessoas possível, foi limitado o número de litros por pessoa. Por volta de 10 horas, o combustível acabou, da mesma forma que do outro posto, localizado no Bairro Parque dos Carajás.

Muita gente com galão tentando conseguir combustível

Até o início desta tarde, a cidade seguia sem combustível. A expectativa é que a cidade receba carga que está vindo escoltada de Belém. Pela vicinal por onde o combustível estava chegando à cidade, margeando a Estrada de Ferro Carajás, os grevistas avisaram que também irão ocorrer bloqueios a partir de agora.

Com isso, segundo o dono de um dos postos de combustível, se não chegar a carga escoltada, a cidade vai parar completamente. Nas ruas, o movimento de veículos caiu em mais da metade. As pessoas só estão usando o veículo para ir trabalhar e para casos de extrema necessidade. Raimundo Brito, que estava na fila para tentar abastecer desde as 6 horas, diz que só sai de casa para resolver assuntos que não podem ser adiados.  “Estou economizando o máximo de combustível que eu posso. Hoje, estou na reserva da reserva e, se não conseguir abastecer, vou ficar no prego”, diz ele, que estava empurrando o carro, para economizar o resto do combustível que tinha.

Vilson Martins, que chegou às 5 horas na fila, conseguiu encher o tanque da moto e ainda comprar 10 litros reservas. “Agora vou ficar tranquilo por uns 20 dias”, comemora, ressaltando que só está usando a moto para ir trabalhar.

Mesmo no calor e sem ter certeza de que iam abastecer, todos apoiam a greve dos caminhoneiros, que entra hoje no nono dia. Na avaliação das pessoas, o movimento grevista passou a ser bandeira de toda a população, porque todos estão sentindo no bolso o aumento dos preços dos produtos, por conta de tantos impostos que são cobrados pelo governo. (Tina Santos)