Correio de Carajás

Motoristas de Canaã fazem protesto silencioso após morte de colega em serviço

Fitas pretas em luto pela morte de um colega de trabalho. “O cara era do bem, não fazia mal a ninguém para acontecer isso aí”, desabafou o motorista por aplicativo Frank Pereira. Ele se refere ao colega, Gleison de Sousa Carvalho, trabalhador da mesma categoria que atendia pela plataforma UBI.

Na última quarta-feira (3) Gleison finalizava uma corrida quando foi surpreendido por dois homens armados em uma moto. O motorista levou cinco tiros à queima-roupa. Foi socorrido por populares, mas morreu a caminho do hospital. O crime aconteceu por volta das 21 horas no Bairro Jardim Europa, em Canaã dos Carajás.

“Agora quando chegar uma corrida dessas pra gente, vamos pensar duas vezes”, disse, ainda assustado, Pablo Albuquerque, também colega de trabalho.

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Cerca de 30 profissionais de plataformas de mobilidade urbana se reuniram para fazer um protesto silencioso e pedir mais segurança nesta quinta (4). “É uma forma de fazermos uma homenagem póstuma ao Gleison que, lamentavelmente, faleceu em uma trágica morte, num assassinato que deixou a cidade perplexa”, explicou Pedro Reis, diretor de plataforma.

Uma moradora, que preferiu não ser identificada, conta que estava na casa dela quando escutou os tiros e entrou em desespero. “Eu escutei quatro tiros, pensei que fosse descarga de moto. Aí quando vi o carro parado, com um homem dentro ensanguentado, entrei em desespero”, narrou a mulher.

O carro da vítima foi levado para o pátio da delegacia de Polícia Civil de Canaã dos Carajás e passará por perícia. Um inquérito foi aberto para apurar o caso. A polícia trabalha com duas linhas de investigação: latrocínio – roubo seguido de morte – ou execução. O corpo de Gleison foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Marabá e deverá ser enterrado no município de Anapú, na região da Rodovia Transamazônica, onde mora a família dele. (Nyelsen Martins)