Na madrugada do último dia 14, Marabá ficou em choque com um acidente fatal registrado na BR-230, Núcleo Cidade Nova. O caminhão e a motocicleta envolvidos no acidente pegaram fogo e o casal que estava na moto morreu. Já o condutor da carreta simplesmente desapareceu. Quatro dias depois do ocorrido, ele se apresentou na delegacia acompanhado do advogado Raphaell Braz, que afirma não ter havido omissão de socorro.
“Nesse caso nós entendemos que não houve, de forma alguma, omissão de socorro, até porque, pra haver esse tipo de crime, ele teria que ter capacidade pra prestar o socorro e naquela circunstância não havia”, afirma o advogado.
Ele acrescenta que o próprio vídeo do acidente gravado por câmera de segurança de um hotel mostra populares chegando no local do acidente imediatamente. Além disso, assim que acontece a colisão a sirene do Corpo de Bombeiros é acionada e os brigadistas já se mobilizam pra prestar o auxílio.
Leia mais:Atento aos detalhes, o advogado chama atenção também para o fato de que no último segundo do vídeo é possível observar que uma ambulância já aparece no local. De fato, a reportagem deste CORREIO confirmou esse detalhe.
Raphaell Braz observou ainda que o motorista perdeu todos os pertences na hora do acidente, devido ao incêndio, e deixou o local só com a roupa do corpo, pois temia possíveis represálias, mesmo não tendo provocado o sinistro. “Nesse tipo de acidente sempre há esse risco… ele temeu pela própria vida e nada ele podia fazer naquele instante”, resume o advogado.
Ainda de acordo com ele, o motorista da carreta chegou a buzinar para chamar atenção do condutor da moto, mas nada adiantou.
As vítimas do acidente foram Maxuel Conceição da Silva, de 45 anos, e Cleidiane Delmiro Feitosa. Ela morreu ainda no local, enquanto ele faleceu no hospital pouco tempo depois.
Nossa reportagem também apurou que, realmente, o vídeo em que Maxuel aparece embriagado foi registrado na mesma noite do acidente, o que infere que ele estaria pilotando a moto sob efeito de álcool. Mas o caso segue sob investigação da Polícia Civil e o caminhoneiro deve responder por homicídio culposo na direção de veículo automotor.
Este CORREIO apurou ainda que o nome do motorista é Paulo Oliveira e que ele estaria sob tratamento psicológico devido ao trauma causado pelo acidente no qual ele teve o infortúnio de se envolver. (Chagas Filho)