Correio de Carajás

Motorista alcoolizado atropela e mata mulher próximo ao Posto da SEFA

Momento em que Cristiane é socorrida e colocada em uma maca. Não adiantou. (Foto: Divulgação)

Rubens Brito Marques foi preso em flagrante por dirigir alcoolizado e matar Cristiane Nunes da Silva, de 37 anos, na madrugada de sábado (7), em acidente rodoviário na BR-230 (Transamazônicas), nas proximidades do posto da SEFA, perto da entrada da Cidade Jardim. Depois de passar por audiência de custódia, na manhã seguinte, Rubens foi solto por ordem do juiz Marcelo Andrei Simão Santos, da 2ª Vara Criminal, que deu ao motorista o direito de responder ao crime de trânsito em liberdade.

De acordo com informações da Polícia Militar, que fez a prisão do acusado, depois do acidente, enquanto a vítima ainda era socorrida e encaminhada para o Hospital Regional de Marabá, o motorista se evadiu do local sem prestar socorro à vítima, mas os militares colheram informações que os levaram até a residência de Rubens, onde encontraram ele e também o carro.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Cristiane ainda com vida, sendo socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Ela grita de dores, enquanto é colocada na maca. É possível ver que as pernas dela estão destruídas, devido à violência batida, que teria sido frontal entre o carro de Rubens e a moto dela.

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Populares comentaram que o motorista – que seguia em direção à Cidade Jardim – invadiu a contramão e bateu de frente com a moto de Cristiane, que vinha em sentido contrário. O local da batida tem sempre muitos caminhões parados à margem da pista porque se trata de um posto fiscal da SEFA. Não são poucos os condutores que não gostam de esperar os caminhões encostarem e acabam ultrapassando-os inadvertidamente, forçando motociclistas – em sentido contrário – a se lançarem para o acostamento.

Não é possível dizer se esse foi o caso. Somente uma perícia feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) poderá atestar o que houve. O que já é possível dizer é que Rubens tinha bebido antes de pegar o volante para voltar pra casa.

Levado ao Posto Avançado da PRF, Rubens foi submetido ao teste do bafômetro, sendo atestada a presença de álcool no sangue acima do permitido por lei. O resultado do teste desmentiu a primeira versão apresentada pelo motorista, que alegara anteriormente que não tinha ingerido bebida alcoólica.

Quando Rubens era apresentado na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil para autuação em flagrante, chegava a notícia de que Cristiane tinha acabado de falecer no Hospital Regional.

ELA IA BUSCAR O ESPOSO

Ouvido pela reportagem do CORREIO, Raimundo Nonato Muniz da Silva, viúvo da vítima, contou que havia acabado de chegar de Redenção, onde trabalha, e telefonou para Cristiane ir busca-lo no Terminal Agrorrodoviário do Km 6. Segundo ele, em geral ela leva entre 10 e 15 minutos para sair de casa, na Cidade Jardim, e chegar à rodoviária, mas nesse dia já passava meia hora e nada de ela chegar. Toda essa demora deixou Raimundo Nonato preocupado.

Ele então pegou uma mototaxi e foi para casa. Chegando lá não encontrou Cristiane. Raimundo telefonou para o celular dela novamente, mas ela havia deixado o aparelho em casa. Raimundo se recorda que quando seguia para casa viu uma ambulância do SAMU passar por ele, foi quando teve um mau pressentimento.

Ele foi até o Hospital Regional e perguntou se alguma mulher havia dado entrada naquele momento na emergência, foi quando os atendentes lhe passaram as características da vítima, era sua esposa. Então ele se identificou como esposo da vítima. Mas Cristiane havia acabado de morrer.

“Ela sempre andou na mão dela”, comenta Raimundo Nonato, ao lamentar a falta de zelo pela vida dos outros, por parte das pessoas que dirigem alcoolizadas. “Eu acho uma falta de respeito com a vida… Quantas pessoas não têm perdido a vida por causa desses irresponsáveis que dirigem alcoolizados”, analisou.

Raimundo Nonato confirmou que o corpo de sua esposa, com quem conviva havia seis anos, seria trasladado para o Estado do Mato Grosso, onde ela nasceu e onde vive grande parte da família dela. (Chagas Filho e Josseli Carvalho)