Correio de Carajás

Morto em troca de tiros com policiais roubava para “fechar o braço”

Ser tatuado era o desejo de Keven Kemeson Bezerra de Sousa, de 18 anos, que morreu na noite desta quinta-feira (11), em Parauapebas, durante troca de tiros com policiais militares logo após ter participado do assalto a um motorista por aplicativo. Conforme o comparsa dele, João de Deus Martins Sales, preso em flagrante, Keven estava roubando para poder “fechar” o braço com tatuagens.

A informação foi prestada em depoimento prestado na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, onde ele foi autuado por roubo. Poucas horas antes, os dois haviam atacado o motorista enquanto fingiam ser passageiros.

A vítima relatou ter recebido uma chamada de corrida às 19h20, no Bairro Betânia, onde a dupla embarcou. O destino era o Bairro dos Minérios, mas no meio do caminho, próximo ao Polo Moveleiro, Keven sacou uma arma de fogo e anunciou o assalto, ordenando que o motorista passasse o aparelho celular, o relógio e o dinheiro que tivesse: R$ 66.

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Em seguida, os dois desceram do veículo, mandaram o motorista embora e saíram correndo pela Rodovia PA 160. A vítima, entretanto, logo encontrou uma equipe da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas, da Polícia Militar, e informou sobre o assalto.

Rapidamente a região foi cercada, enquanto o motorista permaneceu em companhia de um dos policiais. Ele diz ter ouvido um disparo de arma de fogo, seguido por mais dois ou três. Logo, o policial que estava com ele recebeu a informação de que uma pessoa havia sido presa e a outra baleada. Keven ainda foi colocado em uma viatura e encaminhada ao Hospital Geral de Parauapebas, mas não resistiu.

João de Deus afirma que este é o primeiro assalto que pratica

Por meio de fotografia, o motorista fez o reconhecimento de Keven e reconheceu também o preso João de Deus como sendo os responsáveis pelo assalto, além da arma de fabricação caseira, similar a uma pistola, que estava em posse de Keven. Os bens roubados foram recuperados e devolvidos.

João de Deus, também ouvido Polícia Civil, informou ser de Belém e estar há apenas cinco meses em Parauapebas, para onde mudou-se em busca de emprego. Logo foi contratado em uma padaria, onde conheceu Keven. Ele soube que o comparsa era envolvido com assaltos quando este informou querer “descolar uns celulares” para “fechar o braço”, ou seja, tatuá-lo completamente.

O preso afirma ter sido o primeiro assalto cometido por ele e confessou que Keven estava armado, afirmando que este teria comprado a arma em Belém. Após o crime, diz, eles viram os militares se aproximando e Keven atirou contra a guarnição, correndo em seguida. João de Deus, por sua vez, se ajoelhou, colocou as mãos na cabeça e deitou, sendo algemado.

João foi transferido para a Cadeia Pública de Parauapebas. O corpo de Keven foi removido para o Instituto Médico Legal (IML). (Luciana Marschall)