Moradores do Complexo VS-10 seguem nesta terça-feira, 19, com o bloqueio da via que dá acesso à localidade e também à Rodovia PA-160. Eles fecharam a via ontem, segunda (18), reivindicando melhorias para a localidade que tem vários bairros.
Os moradores reclamam do abandono que estaria o complexo, com ruas em estado precário, falta de água, vagas em escolas e posto de saúde. Eles destacam que a manifestação é organizada pela própria comunidade e não tem qualquer direcionamento político.
Inclusive, na manhã de hoje, integrante de uma associação, que se diz representante do complexo, bateu boca pelas redes sociais com Cássio Menezes, que também se denomina representante de uma das associações de bairros da área.
Leia mais:O primeiro diz que a manifestação está sendo feita na hora errada, acusando Cássio de não participar das pautas da comunidade e Cássio, rebatendo, disse que eles não aceitavam a intermediação de quem teria assessoria na prefeitura.
Com cartazes e faixas, a população pede à Prefeitura de Parauapebas que faça melhorias nos cerca de 33 bairros que fazem parte do complexo, que somariam juntos mais de 40 mil habitantes. “A falta de infraestrutura é muito grande. Não temos nada de benfeitoria”, clamam Ana Maria, moradora da área, que foi uma das primeiras a chegar ao local, para iniciar a manifestação.
De acordo com os moradores, a ação não tem qualquer motivação política. Foi iniciativa da própria população, que não aguenta mais viver de fora precária, com ruas de chão batido e esburacadas, sem contar a falta de água encanada, posto de saúde e outras demandas.
Segundo Cássio Menezes, um dos líderes comunitários da área, a manifestação não tem hora para acabar. “Tudo vai depender do governo. Se vierem aqui e sentar conosco, a gente libera a pista”, afirma.
O líder comunitário ressalta que as principais pautas deles são com as Secretarias de Obras, Saúde e Educação, assim como com o Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto de Parauapebas (Saaep). Ele afirma que no Bairro Parque das Nações tem uma escola pronta, mas até agora não foi inaugurada e tem muitas crianças sem estudar por falta de vagas nas escolas que estão funcionando em espaço alugado pela Prefeitura.
Ele também exemplifica que no mesmo bairro já está quase todo pronto o sistema de abastecimento de água para atender a comunidade do complexo, que ainda hoje é abastecida com água de caminhão-pipa. Aliás, diz, ele, algumas famílias estão sem receber abastecimento porque o caminhão-pipa não consegue trafegar nas ruas, esburacadas ou muitos íngremes.
Cássio destaca que o posto de saúde da comunidade está pronto, mas falta ser equipado com móveis e lotação de pessoal, para funcionar. “São demandas simples, que a prefeitura pode resolver facilmente. Falta boa vontade”, frisa, dizendo que só decidiram radicalizar porque, até agora, nada do que a prefeitura teria acordado com a comunidade foi feito.
A Polícia Militar esteve na área e conversou com os moradores, que se comprometeram em seguir com o movimento pacífico, sem causar tumulto. Eles concordaram em apagar o fogo, mantendo apenas a barricada com galhos de árvores. (Tina Santos – com a colaboração de Ronaldo Modesto)