A liberação das praias por meio do Decreto nº 69/2020 movimentou os balneários marabaenses, mas onde há diversão para uns, há transtorno para outros. Moradores da vicinal que dá acesso à Vila Espírito Santo queixam-se da falta de pavimentação, iluminação pública e sobre os receios com relação ao viaduto construído pela Mineradora Vale, passando sobre a Estrada de Ferro Carajás (EFC).
A estrada fica localizada no Núcleo São Félix, onde uma parte está asfaltada e outra não. Antônia Matilde da Conceição, vive há 30 anos nesse trecho, relembra que antes havia um matagal tampando a estrada.
“Depois uns anos cortaram todo aquele mato, mas agora ficou essa poeira que durante o verão piora, por causa dos carros que passam por aqui para ir às praias. Se eu quero ir para a minha igreja no domingo, tenho que enfrentar a poeira feita pelos carros que passam em alta velocidade aqui”, conta Antônia.
Leia mais:A aposentada diz não sentir vontade de sair do local, mas gostaria de atenção por parte do município. “Já me acostumei a viver aqui e se tivermos um conforto maior de ter uma rua asfaltada para acabar com essa poeira, melhoraria nossa vida”, almeja Antônia.
Mas as reclamações se estendem da via precária até o viaduto, que também conta com problemas de infraestrutura. Segundo Luís Renato Santos, morador da localidade, a estrutura começou a ceder e ele tem receio pela mãe de 70 anos e a filha de oito anos que transitam muito por lá.
“Uma parte dela, inclusive, já invadiu a minha propriedade. O muro da ponte está todo rachado. Se um bloco desses vem a despencar daqui, pode matar uma pessoa. Está um absurdo a situação, fora que à noite acontecem muitos assaltos, pois não tem iluminação pública”, reclama Luís Renato.
POSICIONAMENTOS
O Portal Correio levou os questionamentos e queixas dos moradores da vicinal do Espírito Santo até a Prefeitura de Marabá e à Mineradora Vale, para obter um retorno.
Em nota, a Prefeitura informou que a via “possui duas etapas, onde na primeira foi feita uma operação tapa buracos para revitalização do trecho”, já na parte caótica, declara “que é de cerca de 500 metros, passa por manutenção constante das equipes de recuperação”.
Ainda segundo a nota, a Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop), “tem ciência que é uma parte muito movimentada, que gera poeira, mas ainda não existe previsão de drenagem e asfalto, bem como iluminação pública, para essa região”.
Ou seja, os moradores da área terão que aguardar subjetivamente por uma solução aos problemas da poeira, agravados no verão.
Sobre o viaduto, a Vale informou em nota que “realiza manutenções periódicas no acesso da BR 155 ao viaduto do bairro São Félix, em Marabá, e que apoia a Prefeitura Municipal no acesso da Vila Espírito Santo, inclusive com manutenção já realizada este ano”. A Vale informou ainda que enviará equipe técnica ao viaduto. (Zeus Bandeira – Colaborou Chagas Filho)