Correio de Carajás

Mobilização pede justiça para morte de presidente de ONG

Um ano após o assassinato de Cícero José Rodrigues de Sousa, ex-presidente da Associação de Pessoas com Epilepsia de Redenção, no sul do Estado, manifestantes realizaram um ato, na quinta-feira (21), cobrando celeridade da Justiça no processo que indiciou quatro suspeitos pelo crime. O ato teve início em frente ao Conselho Tutelar, de onde os participantes seguiram até o Fórum, munidos com cartazes, faixas e vestidos com camisetas com frases reivindicando agilidade da justiça.
“Hoje completa um ano do desaparecimento e nós da família ainda não temos nenhuma resposta da Justiça. Sabemos que o Cícero não vai voltar, mas só queremos que a Justiça seja feita”, disse Calos Lindemberg de Sousa, irmão da vítima.
O ativista teria sido visto pela última vez saindo de uma agência bancária, em Redenção, no dia 20 de outubro de 2020, conforme as câmeras de vigilância. Na época ele era candidato a vereador no município de Redenção.
Uma ossada humana foi encontrada no dia 18 de março deste ano, numa área de mata na PA-287, entre Redenção e Cumaru do Norte, no sul do Estado. Conforme perícia do Instituto Médico Legal (IML), de Marabá, a carcaça seria de Cícero. A Polícia Civil informou que junto à ossada humana foi encontrado material de campanha eleitoral e roupas que pertenciam à vítima.

Cícero Rodrigues se notabilizou na luta pelos direitos de pessoas com epilepsia – Foto: Divulgação

Quatro suspeitos foram presos acusados de envolvimento no crime: um cabo da Polícia Militar (apontado como o executor e que se encontra preso em Belém), dois advogados e um ex-vereador (que atualmente estão em prisão domiciliar). “Havendo provas da materialidade e indícios suficientes da autoria, eles poderão ser pronunciados e, assim, serão submetidos ao tribunal do júri, em Redenção”, informou o promotor de Justiça, Luís Sousa, sem estipular um prazo para o julgamento.
Segundo as investigações da Polícia Civil de Redenção, o crime teria relação com a associação que a vítima presidia na época do seu desaparecimento, pois os acusados estariam interessados no controle de recursos que seriam destinados à entidade, algo em torno de um milhão em verbas públicas. (Delmiro Silva)