Correio de Carajás

Marcha da Família e ruralistas juntam forças em ato neste sábado

Sem pauta específica para a agropecuária, movimento quer declarar "apoio irrestrito" ao presidente da República, que prometeu participar

Manifestantes pró-governo Bolsonaro devem voltar às ruas neste sábado, dia 15 de maio, duas semanas após os atos que mobilizaram milhares de pessoas em outras cidades do país. Desta vez, o evento ganhou o nome de “Marcha da Família Cristã pela Liberdade”. Os organizadores afirmam que a primeira edição da marcha, em 11 de abril, reuniu pessoas em 100 cidades. Agora, a expectativa é dobrar este número. Em Brasília, o ato será reforçado por uma manifestação de ruralistas.

A data do evento foi escolhida para marcar o Dia Internacional da Família. Mas, desta vez, o principal objeto da Marcha é a adoção do voto impresso nas eleições de 2022. O tema é objeto de uma comissão formada pela Câmara dos Deputados. Qualquer mudança na legislação eleitoral precisa ser aprovada até o início de outubro para que possa valer já nas eleições de 2022. Além de pedir o voto impresso, os manifestantes protestam contra as restrições impostas por governos estaduais e que afetam o funcionamento de igrejas e do setor privado em geral.

Um dos idealizadores do ato é o jornalista e estudante de Direito Wellington Macedo, que mora em Brasília. A ideia de realizar a Marcha surgiu em março, e, segundo ele, veio de uma “inspiração divina” durante um momento de oração. Ele afirma que, depois de publicar uma mensagem pedindo o apoio de voluntários para a manifestação, recebeu mais de 300 emails de todas as regiões do país. Macedo ressalta que o grupo é contrário a uma intervenção militar.

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Ele também afirma que, para evitar o uso indevido do nome da marcha – e apesar de o nome remeter a um movimento que ocorreu em 1964 – ele já fez o registro e a patente da Marcha da Família.

Macedo afirma que a Marcha da Família juntará forças com os ruralistas e com membros de outros setores afetados pelas restrições impostas nos estados em razão da pandemia. Na lista estão os caminhoneiros e representantes das empresas de transporte turístico. “A gente se preocupou em reunir várias categorias”, explica.

A Marcha da Família apoia oficialmente o presidente Bolsonaro. “Automaticamente, quando você levanta essa pauta de garantia dos direitos constitucionais, do voto impresso, você está falando a língua do presidente da República. É inevitável que o protesto seja de apoio ao presidente Bolsonaro”, diz Macedo.

O próprio presidente, aliás, prometeu comparecer ao ato em Brasília. Primeiro, durante um pronunciamento feito no Palácio do Planalto. Depois, em uma live transmitida nas redes sociais na semana passada. Ele citou especificamente a manifestação dos ruralistas. “Dia 15 agora tem um grande encontro aqui em Brasília dos produtores rurais. Tem gente do Brasil todo. E eu já assumi que eu vou estar no meio deles, não tem conversa. E vou convidar todos os ministros meus”, disse o presidente.

MARABÁ

Aqui em Marabá, também para este sábado, em paralelo ao evento de Brasília, ocorrerá uma carreata com início às 16 horas e concentração em frente a uma loja de departamentos, e próximo ao Aeroporto João Rocha. A mobilização aconteceu via redes sociais. (Da Redação)