Correio de Carajás

Marabaense fatura 12 medalhas em campeonato de natação

O jovem de apenas 13 anos é um atleta de alto desempenho e já conquistou mais de 150 medalhas / Foto: Jeferson Pinheiro

O nadador marabaense Noan Lemos Gonçalves, de apenas 13 anos, conquistou no último final de semana, o bicampeonato Paraense de Natação, realizado entre os dias 12 e 15 de abril em Belém, no Parque Aquático Domingo Ferreira, pertencente ao Clube do Remo. No total, o adolescente garantiu dez medalhas de ouro, uma de prata, uma de bronze, além de obter três índices para disputar o Campeonato Brasileiro em junho próximo, na cidade de Bauru, São Paulo. Antes disso, no próximo dia 27, ele irá disputar a Copa Norte, em São Luís do Maranhão.

Em entrevista ao CORREIO, o garoto conta que desde a infância dedica parte da sua vida ao esporte, mais especificamente à natação. Tudo começou aos 5 anos, idade em que queria passar muito tempo dentro de piscinas, durante passeios de família. Então, os pais o colocaram para fazer aula de natação e a partir daí não parou mais. “Em 2018 eu competi e ganhei algumas medalhas, e decidi ficar na natação mesmo”, relata ele sobre sua história com o esporte.

“Nesse campeonato a minha intenção era pegar o índice para o brasileiro, e eu consegui três índices: no 50m livre (27,41 segundos); 100m livre (1,0168 minuto); e 200m (3,0248 minutos) peito. E eu consegui também o troféu de índice técnico (1º lugar) da minha categoria, que é Infantil 1”, explica o jovem atleta.

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Noan ostenta cinco troféus e 151 medalhas conquistados em disputas de natação, um feito admirável para um alguém tão jovem. Mas, para manter um rendimento alto, são necessárias muitas horas de prática. O nadador treina durante uma hora, três vezes por semana, na piscina do Colégio Alvorada, acompanhado por Fábio Luís Ribeiro, seu treinador.

Noan compartilha as vitórias com seu treinador, Fábio Luís / Foto: Arquivo pessoal

Para Francisco Carlos de Oliveira Gonçalves, pai de Noan, o trabalho desempenhado por Fábio, ainda que com recursos limitados, é responsável por preparar Noan para competir de igual para igual com seus adversários.

Conciliar o tempo de treinos com os estudos é outro desafio do jovem, que frequenta as aulas da escola pela manhã e se aprofunda nos estudos à noite. Apesar da rotina, ele considera que é tranquilo lidar com tudo e não se sente sobrecarregado, pelo contrário. O estudante vê os impactos positivos que a natação desempenha em sua vida. “Me sinto bem praticando esporte, me sinto com mais saúde, mais disposição”, revela.

OS PERCALÇOS DA VIDA DE ATLETA

Imerso no mundo das competições desde 2018, a sua primeira foi aqui em mesmo em Marabá, cidade onde nasceu. No ano seguinte, Noan ultrapassou as fronteiras do Pará, indo disputar em águas tocantinenses, na cidade de Araguaína. Dois anos depois veio a federação pelo Clube do Remo.

Quem acompanha Noan em sua vida de competições é o pai, Francisco, militar da reserva. Para que isso aconteça, ele explica que o custo é alto. “As dificuldades são imensas, porque a gente aqui de Marabá não tem patrocínio. Precisa correr atrás e, às vezes, são os amigos, os parentes que fazem aquela coleta, que fazem uma rifa para poder viajar”, desabafa.

Ele também explica que ser federado pelo Remo trouxe para Noan apenas a visibilidade e devido à distância de Marabá da capital, outros tipos de recursos não chegam até o jovem atleta, apesar de seu ótimo desempenho. “Natação é um esporte caro e no caso dele, um atleta de alto rendimento, tem que ter um material melhor”, diz.

Para o pai, as conquistas do menino são um dom de Deus pois, apesar das dificuldades enfrentadas, ele segue conquistando excelentes resultados. “O certo era ele treinar de segunda a sábado, e ter pelo menos duas horas de piscina e a gente não tem. Nós o levamos para o açude do avô dele, para nadar, porque lá caracteriza que seja uma piscina longa (50m)”, revela, contando que já buscou, para o filho parceria e patrocínio com entidades, empresas e o município, mas sem sucesso.

É o pai, Francisco, quem acompanha o atleta nas competições / Foto: Jeferson Pinheiro

Para manter Noan como atleta, Francisco conta que as despesas giram em torno de R$ 2.500 por mês, somando gastos com equipamento, treinamento, fisioterapia, nutricionista, entre outros. Para as competições, como a de São Luís, o custo é de em torno de R$ 5 mil; e para a competição em Bauru, o valor pode chegar a R$ 16 mil. Tudo isso considerando passagens, hospedagem, alimentação e até mesmo a “queda n’água”, taxa que é paga por cada vez que Noan entra na piscina para competir.

Entre os títulos conquistados por Noan estão: bicampeão nos jogos estudantis de Marabá; bicampeão dos Jogos das Castanha de Marabá; campeão do Torneio de Velocidade SESI em Araguaína (TO); bicampeão paraense de piscina longa, campeão Norte Nordeste em São Luís (MA); campeão do festival da Federação Norte Rio Nordeste em Natal (RN), entre outros.

COMO AJUDAR

Para quem quiser colaborar com a jornada de Noan no mundo do esporte, Francisco disponibiliza dois telefones de contato: (94) 99288-6018 – dele mesmo – ou através do (94) 99187-4149, que pertence a Ione Moreira Lemos, mãe do atleta.

É possível acompanhar a rotina de Noan através da conta no Instagram: @atleta_noanlemos_official.

(Luciana Araújo)