Correio de Carajás

Marabaense era ‘laranja’ de esquema milionário

Muito conhecido em Marabá, Alexandre foi preso dia 7, acusado de integrar quadrilha que desviou nada menos de R$ 4 milhões de uma empresa pela Internet

Os comentários têm sido grandes em Marabá, esta semana, sobre a prisão de Alexandre Gomes da Silva. Sujeito muito conhecido na cidade, ele foi preso dentro da operação Double Check (Dupla Verificação), cuja investigação é conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal e visa desarticular uma quadrilha que já furtou, via internet, algo em torno de R$ 4 milhões.

Acontece, porém, que Alexandre não é nenhum figurão. Isso leva a pensar que ele foi usado apenas como “laranja” do bando criminoso que vem fraudando empresas desde Brasília. De todo modo, Alexandre tinha contra si um mandado de prisão justamente por estelionato majorado, e foi preso na Rua 5 de Abril, na Marabá Pioneira, e ficou de ser transferido para o DF.

Outros acusados (provavelmente os tubarões) ainda estão na mira da Polícia Civil e novas prisões podem acontecer nos próximos meses ou dias.

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A prisão do acusado aconteceu na casa dele, na Velha Marabá, no dia 7

O crime

De acordo com as investigações, os criminosos instalaram vulnerabilidades nos sistemas informatizados de uma empresa vítima, afim de obter acesso às duas assinaturas de funcionários necessárias para entrar na conta bancária.

Ainda segundo a polícia, foram feitas 12 transferências para contas de “passagem”, perfazendo R$ 4 milhões. A investigação também identificou que os integrantes da organização abriram recentemente empresas de fachada, com o intuito de criar contas bancárias vinculadas a pessoas jurídicas, o que facilitou o recebimento e a rápida diluição dos valores, impedindo que os bancos promovessem o bloqueio das transferências.

Uma fonte da polícia explicou que o papel desenvolvido por Alexandre seria de conseguir outros “laranjas” que emprestassem cartões bancários, por meio dos quais o dinheiro era sacado, dificultando ainda mais o rastreio do dinheiro.

A reportagem apurou que ele teria recebido R$ 30 mil para fazer esse trabalho, mas essa informação não foi confirmada oficialmente pela polícia e as investigações continuam.

Ação integrada

A operação Double Check foi deflagrada pelo Núcleo Especial de Combate a Crimes Cibernéticos (Ncyber), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e pela Delegacia Especial de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do DF.

No Pará, integraram a missão conjunta policiais da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos e do Núcleo de Apoio a Investigação de Marabá (NAI).

A equipe de policiais civis paraenses foi coordenada pela delegada Maria de Fátima, Titular da Divisão de Combate a Crimes Patrimoniais (DCEP-PCPA), que ressaltou que “as polícias civis do país inteiro estão estreitando laços para combater crimes cibernéticos e a Polícia Civil do Pará está atuando e se atualizando em linha com as melhores técnicas disponíveis para as forças de segurança pública e o êxito da apreensão de hoje é fruto dessa atuação.”

(Chagas Filho)