Correio de Carajás

Marabaense Airton Souza vai ao Paraná receber 11º prêmio de poesia só em 2023

Pelo segundo ano consecutivo, o escritor fica entre os melhores no disputado Festival de Música e Poesia de Paranavaí

O escritor e poeta Airton Sousa já está com viagem marcada para receber o Troféu Barriguda, na 58ª edição do Festival de Música e Poesia de Paranavaí (Femup), no estado do Paraná. Pelo segundo ano consecutivo, o artista marabaense é consagrado e premiado no evento na categoria Poesia.

A festa acontece nos dias 10 e 11 de novembro, na Praça dos Pioneiros e no Centro Cultural Rodrigo Ayres. A organização vai premiar 44 obras inéditas de autores brasileiros. Além disso, música, poesia e contos serão apresentados ao público.
“Venci com o poema chamado ‘O amor de minha mãe pela superfície dos tigres’. Ele traz uma reflexão sobre a questão da violência no país”, disse Airton ao CORREIO durante entrevista na tarde desta quarta-feira, 4.

Além do troféu, Airton vai receber uma premiação de R$ 2 mil e terá a estadia em Paranavaí paga pela direção do Festival.

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Com 11 prêmios conquistados somente em 2023, o poeta reconhece que o mais importante deles foi o Prêmio SESC, que venceu com o romance “Outono de carne estranha”, uma história de amor e drama que acontece em Serra Pelada.
Ele adianta que o lançamento oficial dessa obra será no dia 27 de outubro, na Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro. A Flip, como é conhecida uma das maiores do gênero no País, promove mesas literárias, performances artísticas, shows, exibições de filmes, entre outras atividades culturais.

“O Sesc reúne os autores vencedores da edição anterior e atual para ‘passar o bastão’. Porque logo em seguida acontece um circuito pelo país para divulgar o livro, a literatura e o Prêmio Sesc”, explica.
Professor da rede pública de Itupiranga e Marabá, Airton Sousa se divide entre o trabalho, a conclusão do doutorado na Unifesspa e a produção de poesias e contos. Ele afirma que utiliza, em média, de quatro a cinco dias por mês para reflexões, leituras e escritas.

Questionado sobre a motivação que tem ao ser citado por outros artistas como inspiração, Airton diz que isso demonstra que seu trabalho está indo no caminho certo.

“A cidade de Marabá é poética. O próprio nome já aponta essa nossa ligação com a poesia. E a gente cria uma Associação Marabaense de Letras que é uma instituição que vai ajudar a trilhar esse caminho da literatura. A gente tem uma tradição, apesar de estar no interior do Estado. Mas a nossa terra tem a tradição de grandes autores, muitos dos quais ainda precisam de valorização. Então, as premiações ajudam a acreditar naquilo que a gente está fazendo e a continuar incentivando outros autores da cidade. É um caminho em que um vai incentivando o outro”.

SAIBA MAIS
Airton Souza é poeta e professor. Ou professor e poeta (a ordem de uma coisa não altera o seu amor pela outra). Nasceu em Marabá, Pará. Publicou 46 livros e participou em mais de 120 antologias. Já venceu diversos prêmios literários, entre os quais: Prêmio Dalcídio Jurandir de Literatura 2013, IV Prêmio Proex de Arte e Cultura, III Prêmio de Literatura da UFES, Prêmio de Poesia Cruz e Sousa, Prêmio Vicente de Carvalho, Prêmio Nacional de Literatura da Fundação Cultural do Pará, o 57º FEMUP e o Prêmio Cidade de Manaus 2022. É mestre em Letras, pela UNIFESSPA e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia, pela UFPA. Tem poemas traduzidos para o espanhol, inglês e alemão. (Ana Mangas e Ulisses Pompeu)