Correio de Carajás

Marabá: Vale alimentação ainda em impasse entre Prefeitura e sindicatos

A queda de braço entre a Prefeitura de Marabá e os sindicatos que representam os servidores públicos pelo novo valor do Vale Alimentação, ainda promete novos capítulos e parece longe do final. Os vereadores, após reunião com o prefeito Tião Miranda sobre o tema, revelaram que ele adiantou que não pode pagar o valor de R$ 550 proposto pelos edis, muito menos os R$ 630 sonhados pelos sindicatos. O futuro do debate aguarda, agora, pelo novo projeto que a PMM vai enviar ao Legislativo, com a proposta de reajuste. Na sessão desta terça-feira (12), servidores estiveram no plenário da Câmara Municipal e bradaram que estão dispostos a greve caso o valor não agrade.

Os principais questionamentos em plenário na manhã de hoje aconteceram da parte do representante do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública (Sintesp), Raimundo Gomes Bezerra. Da Tribuna, quando teve a palavra franqueada pela Mesa Diretora da Casa, ele voltou a questionar a metodologia usada pelo governo quando do debate do tema e a destacar que o Município vive bom momento de arrecadação e tem plena saúde financeira para promover a recomposição de vencimentos dos seus servidores.

“Os trabalhadores estão bastante insatisfeitos com a falta de valorização por parte do município. Para se ter uma ideia, a inflação dos últimos cinco anos dessa gestão é de 33% e, com muito custo tivemos um reajuste salarial de apenas 16%, o que não chega a contemplar a inflação medida por período”, disse ele, ao final, em entrevista à reportagem do Correio de Carajás.

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O grupo de pelo menos 50 servidores que estava na galeria da Casa se manifestou em vários momentos, com gritos, vaias e levantando cartazes, novamente pressionando os vereadores. O presidente Pedro Correia Lima (DEM) e, depois, o vereador Miguelito (PDT) disseram que era injusta a queixa do grupo contra os vereadores, que, afinal, conseguiram fazer a sua parte e foram recebidos pelo prefeito para falar do tema no último dia 7 de abril.

Para Miguelito, a bola agora está com os próprios sindicatos de conseguirem emplacar greve, caso não se sintam contemplados na proposta que ainda será apresentada à casa.

O projeto anterior propunha que o novo vale alimentação fosse de R$ 340. Os primeiros protestos dos servidores junto à Câmara surtiram efeito e a Casa, então, trancou a pauta de votações de interesse do governo, até que os vereadores fossem recebidos pelo prefeito.

GOVERNO

O Correio de Carajás também ouviu, depois da sessão, o líder do governo na Câmara, o vereador Alécio Stringari, o Alécio da Palmiteira (PDT), o qual destacou o fato de 95% dos colegas terem participado do encontro com o prefeito, o qual colocou na mesa o recente reajuste nos vencimentos dos servidores em 16%, quando poderia ter ficado em 10%, diz ele. Também admitiu que o prefeito rechaçou qualquer chance de chegar aos R$ 550 no vale alimentação, como proposto pela Câmara.

Alécio não soube adiantar qual o valor da nova proposta que virá do governo, apenas a confiança de que ficará no “meio termo”. Na visão dele, os vereadores fizeram a sua parte e foram até onde poderiam para intervir no processo, mas que agora é aguardar pela chegada do projeto, o que ele acredita que ainda possa acontecer nesta semana.

Embora a palavra greve tenha sido muito bradada durante a sessão pelos trabalhadores, os mesmos estão ainda aguardando a resposta oficial do governo que, mediante a futura proposição, poderá ser acolhida ou não pela categoria, o que decidirá os próximos passos do movimento. (Thays Araujo e Patrick Roberto)