Cerca de 50 servidores da Saúde de 21 municípios da região sudeste do Pará participam do treinamento em Marabá, que é promovido pela Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública) com o objetivo de capacitar as equipes para melhorar a assistência de mulheres durante a gestação e também no pós-parto, e assim, diminuir o índice de mortes maternas.
As palestras foram iniciadas na última terça-feira (19) e continuam até sexta-feira (22). O tema principal é “Controle de hemorragias maternas” que está sendo explanado paralelamente ao programa Mãe Paraense, que visa atender melhor essas pacientes, conforme explicou a enfermeira Normeleide Gomes Apóstolo.
“Óbitos maternos muitas vezes ocorrem em função de um pré-natal que não foi feito adequadamente. Então, esse treinamento veio justamente para capacitar as equipes da atenção básica e os servidores que trabalham nas maternidades para que eles possam atender mulheres que chegam em estado de emergência, como por exemplo, hemorragia, hipertensão arterial, eclampsia, e assim reduzir os índices de mortes”, explicou.
Leia mais:De acordo com a chefe da Divisão Técnica do 11º Centro Regional de Saúde, enfermeira Joelma Sarmento, ao final do ciclo de palestras será implantado um protocolo de atendimento para ser praticado em toda a região. “Isso deve ser pactuado na Comissão Intergestora Regional, que a partir dessa aprovação com resolução vai ser atendida e executada na nossa região visando a redução da mortalidade materna”, disse.
Segundo uma das palestrantes, Alaices Braga, que é médica obstetra da Sespa, a região Carajás é onde o índice de mortalidade materna é maior, por isso é muito importante ajustar os tratamentos das doenças originadas durante o pré-natal. “A gente monta um protocolo compatível com a realidade da região, a gente não vai além do que pode ser feito em cada município justamente para evitar a transferência de pacientes, o que pode piorar a condição de saúde dessa mulher”, explicou, ressaltando que a prevenção é fundamental para o sucesso do tratamento.
NÚMEROS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Em julho deste ano o Ministério da Saúde divulgou dados que apontam uma redução de 55% na mortalidade materna nos últimos 27 anos. Porém, os números mostram que o índice voltou a crescer desde 2013, passando de 62,1 para 64,5 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos, em 2017. Esse índice ainda está bem acima da meta firmada com Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 30 óbitos para cada 100 mil nascido vivos até 2030, conforme os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Por regiões, o Norte do país possui o maior índice: 88,9 para cada 100 mil nascidos vivos e o estado do Pará lidera o ranking com 107,4. (Fabiane Barbosa e Josseli Carvalho)